Pai das Misericórdias

Jesus nos ensina a imensidão da misericórdia do amor do Pai

Para mostrar a nós a imensidão da misericórdia do Pai para com os pecadores, Jesus contou aos fariseus a parábola do filho pródigo. Um pai nunca quer perder um filho, e Deus, principalmente, Pai de todos nós, não quer perder nenhum deles.

Aquele filho ingrato gastou os bens do Pai com uma vida dissoluta e depois passou fome, então, lembrou-se do seu pai, criou coragem e voltou a ele, querendo apenas ser recebido como um empregado e não como filho. E sabemos como ele foi recebido: com festa, churrasco, roupa nova e anel nos dedos. É assim que Jesus nos ensina a misericórdia do Pai.

Jesus nos ensina a imensidão da misericórdia do amor do Pai

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Jesus disse que o Pai não quer que Ele perca nenhum daqueles que lhe deu. Assim, Jesus, que é a “imagem do Deus invisível’ (Col 1,14) e o “esplendor da glória de Deus” (Hb 1,3), revelou-nos a profunda misericórdia do Pai, ao contar a parábola do Bom pastor, que é capaz de deixar 99 ovelhas seguras no aprisco e ir em busca da ovelha perdida. E que alegria quando a encontra!

Como Jesus nos ensina a misericórdia do Pai?

“E, depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: “Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no Céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.

Assim, o Pai está de braços abertos a acolher qualquer um que venha a Ele de coração arrependido. Independente dos seus pecados, o Pai abraça todo aquele(a) que venha a Ele confiante, pois, Jesus já pagou na Cruz o preço do nosso perdão. Confiar na misericórdia do Pai é confiar no mistério da Redenção, pela qual Jesus nos salvou. Agora, basta confiar, arrepender-se dos pecados e cair nos braços do Pai das misericórdias. São Paulo nos lembra que:

“Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos!”(Ef 2,4-5).

O Salmo 50,19, diz: “Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, não haveis de desprezar”. A decisão é de cada um: São Pedro negou Jesus, arrependeu-se e continuou sendo o escolhido de Jesus para ser chefe da Igreja; Judas se desesperou, não confiou e se matou. Às vezes, um orgulho refinado nos impede de nos lançarmos nos braços do Pai.

O que os santos dizem sobre a misericórdia do Pai?

Vale a pena aprender com os santos doutores da Igreja o que eles nos ensinam sobre a misericórdia do Pai:
Santo Agostinho, disse que: “Não há maior miséria do que a de um miserável que não tem misericórdia de si mesmo. Minha única esperança, minha única confiança, minha única firmeza é a misericórdia de Deus”.

Santo Afonso de Ligório, doutor, disse: “ Agrada sumamente a Deus, a nossa confiança em sua misericórdia, porque assim honramos e exaltamos aquela sua infinita bondade que Ele quis manifestar ao mundo nos criando”.

São Francisco de Sales, nos ensina algo consolador: “Quanto mais nos sentimos miseráveis, tanto mais devemos confiar na misericórdia de Deus. Porque, entre a misericórdia e a miséria, há uma ligação tão grande que uma não pode se exercer sem a outra”.

E Santo Tomás nos ensina que nunca devemos desanimar da salvação eterna, confiados no poder e na misericórdia divina.

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O coração de Pai

Jesus insiste para que os homens se acheguem ao seu coração misericordioso, que espelha o coração do Pai. Ele pediu a Santa Margarida Maria Alacoque, no século XVII, que difundisse no mundo todo a devoção ao seu Sagrado Coração misericordioso. Em nosso tempo, pediu a Santa Faustina Kowalska que difundisse a devoção à Divina Misericórdia, pedindo ao Papa que instituísse a sua festa, o que foi feito pelo Papa São João Paulo II. Em seus diálogos com Deus, Ele insiste com ela na necessidade de nos atirarmos no oceano infinito de sua misericórdia, que é a do Pai.

“Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-me as chamas da misericórdia; quero derramá-las sobre as almas” (Diário n.50).

“Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da misericórdia” (n. 83).

“Invoca a minha misericórdia para com os pecadores, pois desejo a salvação deles” (n. 186).

“Oh, como me fere a incredulidade da alma! Essa alma confessa que sou Santo e Justo e não crê que sou misericórdia, não acredita na minha bondade. Até os demônios respeitam a minha justiça, mas não creem na minha bondade” (n. 300).

“E ainda que os pecados das almas fossem negros como a noite, quando o pecador recorre a minha Misericórdia, presta-me a maior glória e é a honra da minha paixão. Quando a alma glorifica a minha bondade, então o demônio treme diante dela e foge até o fundo do inferno” (n. 378).

“As almas que recorrerem a minha Misericórdia e aquelas que a glorificarem e anunciarem aos outros, na hora da morte Eu as tratarei de acordo com a minha infinita Misericórdia” (n. 379).

“O meu coração sofre porque até as almas eleitas não compreendem como é grande a minha Misericórdia” (379).

É tão importante a devoção à misericórdia do Pai que Jesus mandou que difundisse o Terço da Misericórdia, que deve ser rezado sempre e, sobretudo, diante dos moribundos, para que alcancem a sua salvação.

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino