Eis o texto a seguir: “7. Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir. 8. Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar, porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome. 9. Eu te entrego adeptos da sinagoga de satanás, desses que se dizem judeus, e não o são, mas mentem. Eis que os farei vir prostrar-se aos teus pés e reconhecerão que eu te amo. 10. Porque guardaste a palavra de minha paciência, também eu te guardarei da hora da provação, que está para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da terra.
11. Venho em breve. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. 12. Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde jamais sairá, e escreverei sobre ele o nome de meu Deus, e o nome da cidade de meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus enviada por meu Deus, assim como o meu nome novo. 13. Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
A sexta carta é dirigida à comunidade cristã de Filadélfia (Apocalipse 3,7-13)
O problema da Igreja de Filadélfia é o da perseverança, apesar de todas as dificuldades. Essa pequena cidade da Lídia possui um santuário dedicado ao deus pagão Jano, o protetor das portas, cujo símbolo é a chave. Um terremoto havia destruído essa cidade no ano 17 d.C.; e, por isso, muitos dos habitantes tinham saído de lá para morar em outro lugar. A cidade foi reconstruída, recebendo o nome de “Nova Cesareia”. Mais tarde, porém, retomou o antigo nome de Filadélfia. Na mensagem, encontram-se alusões a essas particularidades.
Junto à santidade e à veracidade de Deus, encontra-se aqui a visão inicial do Cristo: “Aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir”. Cristo é maior que o deus Jano. Ele tem, de verdade, a “chave de Davi”, conforme a profecia de Isaías: “Porei sobre seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, ele fechará, e ninguém abrirá” (Is. 22,22).
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A perseverança de Filadélfia
Com a sua chave, ele abrirá a porta da vida verdadeira. Os judeus precisarão reconhecê-lo com admiração, e disso eles irão deduzir o amor de Cristo para com os cristãos. E como a comunidade persevera na fé, eis que o Cristo mesmo irá guardá-la “da hora da provação”, para que possa conquistar a coroa da vitória. E como os generais mandavam construir nos templos colunas comemorativas, nas quais estavam escritas, de maneira solene, as vitórias conseguidas, assim os cristãos de Filadélfia, como colunas firmemente erguidas, tornar-se-ão um monumento vivo de Cristo. E nunca mais serão afastados deste templo, porque, no coração deles, o mesmo Cristo escreve o nome de Deus e o nome do Reino de Deus. E o nome é o mesmo Cristo.
Também esta carta contém, na sua promessa de vitória, uma antecipação do que vai ser colocado no fim do livro do Apocalipse: a nova e gloriosa Jerusalém, que desce dos céus. Não dá para comparar a “Nova Cesareia” com a “Nova Jerusalém”, juntamente com Cristo e o seu Reino.