O Concílio Vaticano II teve seu início não por conta de um problema da Igreja, mas sim, por conta da (como podemos chamar) “crise do homem moderno”. Basta ler os documentos do Concílio, e será possível perceber que não haviam problemas dogmáticos na Igreja, e sim, problemas de como atingir o homem moderno que está cada vez mais perdido, especialmente, nos últimos 500 anos. A evolução científica, não é prova de desenvolvimento humano, moral, espiritual, e sim, somente do desenvolvimento técnico.
Na filosofia antiga já haviam sido detectados os problemas que o Concílio veio a perceber mais tarde. Porém, com o advento do cristianismo, as coisas melhoraram entre os gregos e o início da cristandade. Santo Agostinho, no livro “De vera religione” (A Verdadeira Religião), diz que os problemas (espiritual e moral) relatados pelos gregos no cristianismo, haviam sido superado. Com o tempo, as coisas foram se perdendo, e nos últimos 500 anos piorou com maior velocidade.
A Igreja tem o olhar voltado para o homem
No mesmo Concílio é pedido, claramente, que se formem homens sábios, porque esses já não existiam mais. Dessa maneira, encontra-se manisfesto na Gaudium et Spes, um documento do Concílio Vaticano II, que deixa claro a ajuda que a Igreja recebe do mundo com a contribuição dos sábios, dos crentes e dos que não creem. Frente a uma sociedade que modifica-se cada vez mais rápido, em que o pensamento está em transformação quase que de forma instantânea; é dever do povo de boa fé, especialmente pastores e teólogos, com a graça do Espírito Santo: ouvir, discernir e interpretar as várias linguagens do nosso tempo, pondo sob à luz da Palavra de Deus, a fim de que, a verdade revelada seja profundamente percebida, compreendida e expressa de maneira convincente (cf. GS 44).
A Santa Igreja, de maneira sábia, ainda orienta o povo de Deus que dedicando-se aos estudos da filosofia, da história, da matemática, das ciências naturais e ocupando-se também das artes, o homem contribui elevando-se aos níveis mais altos de verdade, bondade e de beleza, levando a um juízo de valor universal, sendo ele iluminado pela sabedoria (cf. GS 57). Mas o que é a sabedoria?
O que é a sabedoria?
A sabedoria é a capacidade de elevar a inteligência humana até o máximo de sua capacidade. Não é o acúmulo de informações, mas sim a capacidade de desenvolvimento intelectual e espiritual. A partir desse desenvolvimento, será possível estudar qualquer outra coisa. Até porque, a vida intelectual não se passa com o desenvolvimento do cérebro, mas com o desenvolvimento do homem em um todo. Infelizmente não ensina-se em lugar nenhum o desenvolvimento da sabedoria; ensina-se somente o desenvolvimento social para a produção econômica.
Desde o Concílio, já estava claro que, não viam-se mais pessoas sábias assim como os gregos, os santos padres e, consequentemente, não temos mais onde aprender a sabedoria. Para a formação de uma sociedade de homens sábios, é preciso que a sociedade esteja voltada para isso. Só se consegue uma sociedade voltada à busca da sabedoria, se nessa sociedade houverem homens sábios. Sem homens sábios, não se consegue mais construir uma sociedade de sábios (Platão).
Conteúdo baseado nas aulas do autor do site www.cristianismo.org.br
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