A vela vermelha e seu significado
A vela vermelha, acesa no 1º Domingo do Advento, significa o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na Terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus se fez Filho de Adão para salvar seu pai terreno e todos nós. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e vai voltar no fim da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar nosso coração para o encontro com o Senhor.
Neste domingo, a liturgia nos leva a meditar sobre a necessidade de nossa conversão permanente e de vigilância constante. A palavra do profeta Isaías (Is 64,2-7) chama o antigo povo judeu à conversão, e hoje, a nós também:
“Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo, escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade. Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos”.
O salmista pede a Deus socorro:
“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos, para que sejamos salvos! Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!
R. Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, o filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! (Sl 79,15-19).
Nesse contexto, a Carta de São Paulo aos Romanos (13,11-14) traz à nossa reflexão a necessidade de nos decidirmos pela conversão: “Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”.
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Vigiai
Foi exatamente esse texto que tocou o coração de Santo Agostinho e o fez dar o passo decisivo por Deus, para sempre. A palavra de Jesus, no Evangelho (Mc 13,33-37), lembra-nos da necessidade de vigilância contínua sobre nosso comportamento:
“Vigiai: não sabeis quando o dono da casa vem. Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”
Essa é reflexão que a Igreja quer que façamos: nossa vida, neste mundo, é passageira. Devemos “caminhar entre as coisas que passam, abraçando só as que não passam”. Teremos um dia de prestar contas a Deus da vida que d’Ele recebemos, e este dia Jesus disse que “vem como o ladrão”, de maneira inesperada.
É tempo de meditar o que diz São Paulo:
“Oh, Senhor! Confirmai os nossos corações e tornai-os irrepreensíveis em santidade por ocasião da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tess 3,13). É tempo de pedir como o Salmista:
“Renovai, Senhor, a Vossa força e vinde salvai-nos, vinde santificar-nos” (Sl 80,3).
“Concedei-nos, Senhor , que vejamos os Vossos favores, seja-nos oferecida a Vossa Salvação” (Sl 85,8).
“Senhor, dirigi-me na Vossa verdade e ensinai-me, porque sois o Deus da minha salvação” (Sl 25,5).