Uma hora, as férias dos filhos chegam, por isso temos de nos organizar
– Mãe, é só R$ 1,50!
– Mãe, o que vamos fazer hoje?
– Pai, você vai brincar de bola comigo?
Ufa! Basta encerrar as atividades escolares para os pedidos dos nossos filhos mudarem de sentido. Ao mesmo tempo que eles querem férias, quando elas chegam, eles reclamam, porque não têm nada para fazer, e, geralmente, os pais ainda estão no ritmo acelerado de trabalho. Então, como dar importância às férias, que deveriam ser um tempo de lazer, se há tantos afazeres por parte dos pais e insatisfações por parte dos filhos? Os pais, por sua vez, colocam a mão na cabeça e se perguntam: – Fazer o quê? Vou deixar as crianças com quem? Tem de levar ao dentista, ao médico para fazer um checkup, visitar os avós e tantas outras atividades. De quem são mesmo as férias?
É preciso cuidar dos meses que antecedem esse período. Quando acumulamos cansaço, o tempo das férias se torna insuficiente e a expectativa para vivê-la plenamente é ainda maior, o que causa ansiedade e frustração. Se revisitarmos os meses passados, provavelmente, vamos nos deparar com inúmeros momentos que poderíamos ter brincado com nossos filhos, passeado com eles, amado-os e estado mais juntos deles. As datas comemorativas poderiam ter sido vividas mais em família.
Todos esses eventos que antecedem as férias, quando vividos com mais sentido e intensidade, minimizam a ansiedade por esse tão esperado momento de férias. O encontro vai se tornando presente e já não é mais todo adiado para o recesso escolar. Isso elimina a velha frase tão cheia de ilusão: “Quando as férias chegarem, a gente vai ter tempo para brincar, passear e conversar”. Esse comportamento é modelado; não aparece quando as férias chegam nem desaparecem quando elas acabam.
Planejar para aproveitar bem
O que se espera desse período é a contemplação do que vivemos durante o ano, de forma mais reduzida. Portanto, a beleza e a importância das férias estão na certeza da convivência feliz, harmoniosa, sem pressa, sem os atendimentos constantes dos celulares nem os gastos financeiros dessa época. Sem contar que, logo depois, já vêm as despesas com o material escolar.
É preciso planejar a partir do que podemos e com quem está ao nosso redor. Os filhos precisam compreender que os pais também estão de férias, por isso precisarão ter um momento só para eles. O planejamento deverá ser feito com eventos que interessem a todos, contemplando momentos individuais e gostos próprios. Por exemplo, um filho homem adoraria assistir a uma partida de futebol com seu pai ou ir com ele a uma pescaria, programação que poderia estar aberta às meninas, mas agrada mais aos meninos. Isso não agride o conceito de férias em família. Assim como a filha poderá acompanhar a mãe no salão de beleza, num passeio ao shopping, numa sessão de cinema. Os filhos podem convidar um amigo para passar a tarde em sua casa. Pai, mãe e filhos poderão ir juntos à praia, a um banho de ribeirão, locar um filme para assistir em família. Sem esquecer que as programações religiosas também devem entrar no cronograma de férias, porque não se tira férias de Deus.
Férias é a época ideal para nossa inteligência produzir alternativas, para sermos criativos e responsáveis com a nossa saúde. Não deveria ser tempo de vislumbrar impossibilidades, mas possibilidades. Portanto, é importante que, ao retornar desse período, as pessoas que estão ao nosso redor percebam que voltamos revigorados, prontos para retomar nossas atividades. E começar de novo a preparar as próximas férias; afinal, elas já terminaram.