Testemunho

Como é ser sacerdote e missionário na China?

O Formação Canção Nova apresenta a você a história do padre Antônio de Carvalho Ribeiro, o qual, há cinco anos, está em missão na cidade de Macau, na China.

Durante sua visita à Comunidade Canção Nova, com cerca de 42 peregrinos chineses, o sacerdote nos contou um pouco da sua missão pastoral na China.

Confira a entrevista realizada pelo canal de formacao.cancaonova.com com o padre Daniel. Ele destaca que sua conversão e o chamado para viver este caminho vocacional teve início durante um encontro realizado na Canção Nova.

A missão pastoral e desafiadora do sacerdote brasileiro na China

Formação: Como surgiu o chamado para a vocação sacerdotal?

Padre Daniel: Eu penso que o meu chamado vocacional surgiu na Canção Nova, quando eu participei de um retiro, em 1999, com a presença do professor Felipe Aquino e o padre Léo.

Eu tinha muitas dúvidas em relação à Doutrina da Igreja Católica, então, por meio das pregações do professor Felipe Aquino e de uma revista católica chamada “pergunte e responderemos” do falecido Dom Estevam Bittencourt, tive a oportunidade de conhecer mais a Igreja e sua doutrina, e acabei me apaixonando por ela.

Por meio desse conhecimento, entrei no seminário, no ano de 2001. Durante muito tempo, cultivei o desejo de ser professor da história da Igreja até o momento em que fui enviado para a missão na China.

Formação: Como conheceu a Comunidade Canção Nova?

Padre Daniel: Conheci a Canção Nova por meio de uns amigos  que me convidaram para fazer um retiro. Nesse retiro, estava o Guilherme Sá, da banda Rosa de Saron, que também foi fazer o retiro. Ficamos em barracas e, na época, era tudo terra ainda na Canção Nova. Nesse período, eu tinha cabelo longo e usava brinco, mas um grande toque de Deus e aconteceu minha conversão.

Ser padre na China

Formação: Como recebeu o convite para se tornar um evangelizador na China?

Padre Daniel: Recebi o convite para ir à China no ano de 2012, e eu tinha apenas sete meses de ordenação sacerdotal. Esse comunicado aconteceu, em 15 agosto de 2012, no dia da Assunção de Nossa Senhora. Eu havia feito um retiro de oito dias de silêncio; depois dessa semana, voltei para o meu trabalho pastoral; meu superior provincial disse que a nossa congregação – Sagrado Coração de Jesus, dos Dehonianos – estava querendo iniciar uma missão na China, e para começar essa missão, precisaríamos criar uma comunidade internacional, a qual já era formada por um padre da Argentina, Portugal, Índia, Indonésia e precisava de um do Brasil.

O meu nome foi indicado e eu aceitei o convite. Nessa época, o Papa estava para vir ao Brasil para Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e eu estava na coordenação dos preparativos para a visita no Santuário São Judas Tadeu, na cidade de São Paulo, onde eu trabalhava.

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Então, nesse período, até mais ou menos julho de 2013, ficava fazendo trabalhos pastorais, além das aulas de inglês. No ano de 2013, fui para os Estados Unidos, onde estudei inglês por cinco meses; depois, entre janeiro e abril de 2014, fiquei nas Filipinas, onde conheci os outros padres que morariam comigo. Fomos para duas cidades da China: Pequim e Macau.

O bispo de Macau convidou três pessoas para ir para a sua cidade; então, o nosso grupo foi dividido: quatro foram para Pequim e três para Macau. Hoje, formamos três comunidades na China, nas cidades de Pequim, Macau e Hong Kong.

Não foi eu que me decidi pela China, mas fui convidado; com a graça de Deus, aceitei prontamente.

Ser católico num país não cristão

Formação: Quais as dificuldades que o senhor enfrenta para propagar o cristianismo em um país que não existe a liberdade religiosa?

Padre Daniel: Moro na cidade Macau, na China, onde temos liberdade religiosa, mas a maior dificuldade é que é uma cultura não cristã. O padre tem algumas restrições sobre os assuntos que vai tratar na homilia, os assuntos que conversa com as pessoas e, seguramente, a maior dificuldade é por ser um local que não é cristão, com dificuldades para a pregação do Evangelho e a língua, porque o chinês é muito difícil e estudo há cinco anos e continuo tendo aula.

Formação: Como o senhor vê a fé em Jesus Cristo do povo chinês?

Padre Daniel: O povo chinês tem uma grande devoção por Jesus. O povo chinês, à medida que vai conhecendo Jesus e a fé da Igreja, se encantam por Ele. Por isso, percebo que o desejo que eles têm de verdade é respondido por Cristo e os ensinamentos da Igreja. Então, graças a Deus, está crescendo o número de conversões de pessoas que estão se tornando adeptas e fiéis ao cristianismo e à Igreja Católica.

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