Imagino que ser abandonada pelo marido seja uma das maiores frustrações de uma mulher casada. O mundo desaba. E os filhos, a casa, as responsabilidades? Fica aquela sensação de fracasso, de derrota, que sempre provoca a pergunta interior: “Onde foi que eu errei?”.
Seja lá qual tenha sido o motivo ou quem o motivou, o primeiro passo é não desmoronar. Sei que é difícil, mas por todas as coisas que ficaram, é preciso manter a calma, a confiança. É a melhor postura para lidar com a situação. Não se desespere!
Nunca saia de um relacionamento agredindo, demonstrando desespero, culpa, fracasso, rancor. Esses sentimentos só vão alimentar ou despertar no outro a sensação de que estava relacionado com uma pessoa descontrolada emocionalmente. Erga a cabeça!
Outro passo importante é não se precipitar. Ter esperança de um retorno é natural e necessário, mas se precipitar significa agir quando não é hora. Deixe a “poeira baixar”. Mas esperar o quê? Que você consiga reorganizar as ideias, “arrumar a casa”, raciocinar melhor, enxergar que nem tudo está perdido – nem na sua vida individual nem na sua vida familiar. É isso mesmo: nem toda separação é definitiva, dependendo de como reagimos a ela. Não somos a favor de separações, mas, em algumas circunstâncias, ela serve para ajustar alguns pontos que o casal não estava conseguindo fazer enquanto estava junto.
A esperança de que o marido volte para casa
O certo é que as peças sejam ajustadas dentro do próprio casamento, sem necessidade de uma separação. Esse ajuste traz maturidade e consistência ao matrimônio. É doloroso descobrir, depois de algum tempo, que o nosso cônjuge não afina mais os pensamentos com os nossos e que não há o menor interesse mais nisso. Aceitar, no entanto, de “cabeça erguida”, é o mínimo que devemos fazer; e aceitar não significa desistir. Você pode deixar livre o caminho do outro (ainda que seja contra a sua vontade) e começar a trabalhar uma renovação interior consigo mesma, trabalhar seu valor de mulher, de mãe, de querida e preciosa de Deus; melhorar sua autoestima sem descartar, se assim deseja, a volta do seu marido para casa.
Geralmente, quem quer a separação o faz alegando motivos dentro do casamento, do relacionamento. Esse esfriamento, no entanto, quase sempre é causado por “novidades externas à família”, como amizades, busca de depravações sexuais, mulher mais jovem e mais sensual, liberdade de solteiro (sair com os amigos e chegar a hora que quer em casa) etc. São ilusões que penetram o coração do marido, cegando-lhe o entendimento, fazendo-o acreditar que todas essas coisas são melhores do que o lar, que, um dia, ele constituiu.
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Autoavaliação
É extremamente necessário olhar para si mesma com sinceridade, buscando o ponto de enfraquecimento, sabendo onde errou. Sim, podemos ser a causa da separação, e é preciso admitir que erramos, enfraquecemos por vezes, estacionamos no comodismo e na rotina, e não conseguimos manter a chama do amor e da cumplicidade. Precisamos olhar para dentro de nós mesmas e, juntamente com a esperança de um retorno, de uma nova chama de amor e reconquista, nascer a força de um reerguimento pessoal, de determinação e busca de ser uma nova pessoa.
Diante dessa situação, ande e viva com o coração diante de Deus. Tenha a consciência em paz com Ele, de que você foi a melhor esposa e melhor mãe enquanto seu marido quis estar ao seu lado. Se você tem a certeza de que seu casamento foi realizado segundo a vontade de Deus, saiba que o Senhor “tudo pode; e nenhum dos Seus planos pode ser impedido” (Jó 42,1).
Entregue sua causa ao Deus dos impossíveis e espere, porque Ele lhe dará vitória, e somente Ele pode mudar o coração de um marido corrompido pelo pecado e enganado. Consagre-o a Maria, Auxiliadora de todos os cristãos, Mãe de todas as graças. Peça o auxílio dos anjos, para que eles envolvam seu marido, onde quer que ele esteja. E mantenha-se de pé por dentro, em sua integridade moral e espiritual. Nunca desfaleça!
“Por isso, não desfalecemos. Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior se renova de dia em dia, pois a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós o eterno peso de glória, acima de toda comparação. E não atentamos nas coisas que se veem, mas nas que não se veem, pois as que se veem são temporais, e as que não se veem são eternas” (2 Coríntios 4,16-18).
Dessa forma, no tempo de colheita, você terá muito mais motivos, diante de Deus, para receber grande vitória, por ter sido uma esposa íntegra e reta.