autoconhecimento

Aprendendo e amadurecendo com o outro

Seríamos criaturas muito egoístas, ou de lenta evolução, se não aprendêssemos com o outro. Imagina, no tempo das cavernas, aquele que descobriu o fogo e o mostrou para outros. Eles devem ter ficado, no mínimo, encantados com as chamas. É só olhar para o lado, sua vida é cheia de novidades que brilham, porque cada pessoa traz em si riquezas e porta um brilho singular. E aqui está algo bem interessante, quesito obrigatório para quem deseja amadurecer: o conhecimento de si, o qual, muitas vezes, se dá pelo outro.

Jesus se encontrou com Nicodemos à noite. Só essa pequena cena bastaria para uma boa exegese bíblica. Quem era Jesus e quem era Nicodemos? Um era conhecedor das leis judaicas e de coração humilde, até porque quem se encontrava com Jesus e tinha a oportunidade de se deixar tocar por Ele tinha de ter um coração humilde. Nicodemos, por sua vez, naquela noite, pôde entender o que os livros não lhe deram. Ele entendeu a grandeza que busca em Cristo. Amadureceu com a conversa que teve; mudou a vida dele naquela bendita noite.

Aprendendo e amadurecendo com o outro

Foto ilustrativa: Pollyana Ventura by Getty Images

Amadurecer com o outro faz parte da vida

Trazendo para nosso tema, Nicodemos percebeu-se necessitado do outro para ser alguém novo. Diríamos, sem sombra de dúvida, que precisaríamos de páginas e páginas para tentar esgotar esse assunto. Não é mesmo? Mas o que deve ficar em nosso coração é que um homem pediu ajuda para outro homem – claro, era Deus a quem Nicodemos pedia ajuda. Apesar desse detalhe, amadurecer com o outro faz parte da nossa vida.

Quantas vezes uma palavra ou uma ação, seja ela positiva ou negativa, ou até lida, rendeu-lhe uma reflexão tão profunda que foram necessárias mudanças? Quantas vezes você aprende com o próximo ou com um amigo? Garanto que essa revisão de vida é muito justa e nos ajudará a dar passos rumo ao verdadeiro valor do outro e de nós mesmos. Ademais, aquele que olha para fora de si compreende melhor os outros e a si mesmo.

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Por fim, uma vez que o autoconhecimento também é permeado pelo outro, devemos sim ouvir e refletir sobre o que acham de nós, mas sempre lembrando que necessário nos é fazer um julgamento equilibrado. Por outro lado, o outro pode nos dizer algo que não seja verdade, tendo em vista que ninguém é onisciente, não conhece as nossas intenções e nossa estrutura de pensamento, mas, se for verdade o que aquele ou aquela diz, sejamos humildes o suficiente para mudar.

Da mesma forma, quando falamos do outro ou expressamos nossas opiniões, nossas críticas e o que nos irrita, é verdade que mostramos o que prezamos como valores e mostramos quem somos. De fato, a forma que vemos nos outros diz muito sobre nós. O que eu proponho para você, em primeiro lugar, é um autoconhecimento. Isso pode demorar um tempo, mas precisa acontecer. Um caminho de liberdade interior, de saber o que nos irrita, o que nos faz relaxar ou distrair… Ou ainda, o que nos tira do sério, quais as nossas qualidades e os nossos sonhos. O que almejamos. O que contemplamos? Qual o nosso ideal?

O que precisamos entender, então, é que a vida é um processo formativo permanente. Quanto mais você tomar posse de si, melhor você poderá se dar; seja em seus afazeres, relacionamentos e até consigo mesmo. Que o Espírito Santo o ajude nesse caminhar.

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Guilherme Razuk

Guilherme Henrique de Lima Razuk é candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova. Graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), ele atua na liturgia durantes os eventos realizados pela comunidade católica. Razuk é produtor de conteúdo de algumas categorias deste canal formativo.