Um olhar de fé

O que são os dogmas marianos?

Caro internauta, se você não leu o artigo anterior sobre a definição de dogmas, sugiro que o faça clicando aqui. Assim, certamente, você fará uma leitura mais esclarecida do texto deste artigo.

Depois de uma breve explicação acerca do que são os dogmas, do que eles tratam e de sua importância para a fé católica, vamos refletir o seguinte questionamento: as aparições de Nossa Senhora são dogmas de fé? Em outras palavras, estamos obrigados a acreditar nas diversas aparições da Virgem Maria e nas experiências místicas feitas por algumas pessoas nessas aparições?

Para responder a essa pergunta, quero fazer uma importante distinção: uma coisa são as aparições da Virgem Maria aprovadas pela Igreja, outra coisa, muito diferente, são os dogmas definidos também pela Igreja a respeito de Nossa Senhora, os chamados dogmas marianos. Portanto, dogma e aparições são coisas distintas.

O que são os dogmas marianos?

Foto ilustrativa: by Getty Images: sedmak

Os dogmas marianos

A título de exemplo, quero citar os quatro importantíssimos dogmas marianos. O primeiro deles foi proclamado durante o Concílio de Éfeso, no ano de 431, e afirmava a maternidade divina de Maria, quer dizer, Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos). É por isso que, na oração da “Ave-Maria”, rezamos: “Santa Maria, Mãe de Deus…”.

O segundo dogma mariano foi definido pelo Concílio de Latrão, em 649, e declarava a virgindade perpétua de Maria, quer dizer, ela era virgem antes do parto e permaneceu virgem após o parto. A esse respeito, São Gregório Magno afirma, lindamente, que aquela Virgem que deu à luz e, enquanto dava à luz, duplicava sua virgindade.

O terceiro foi solenemente pronunciado pelo Papa Pio IX, em 1854, e sustentava a imaculada conceição de Maria. Em outras palavras, Maria nasceu sem o pecado original. Diante dessa declaração de fé, podemos rezar aquela conhecida jaculatória: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

O quarto dogma que eu gostaria de citar foi definido, em 1950, pelo Papa Pio XII e atestava que Maria foi assunta, por graça de Deus, ao Céu. Embora essa declaração tenha ocorrido somente no século XX, desde o quarto século os cristãos já produziam textos reconhecendo a assunção de Maria.

Acima, citei quatro dogmas da Igreja Católica. Acerca deles, os cristãos católicos não os podem negar. Negá-los significa contrariar a própria fé, portanto, não ser católico. Os dogmas não foram declarados para serem escolhidos, “esse eu aceito, aquele eu não aceito”. Mesmo que você não compreenda, precisa submeter-se conscientemente. É um ato de confiança e de extrema humildade.

As aparições da Virgem Maria

Com relação às aparições da Virgem Maria, estipula-se que mais de duas mil foram registradas em todo o mundo. Dentre todas essas aparições, o Vaticano reconheceu menos de duas dezenas delas. Isso demonstra que a Igreja tem extrema prudência ao confirmar uma aparição. Ela o faz depois de um longo e maduro exame.

Dentre as aparições de Nossa Senhora reconhecida pela Santa Sé encontram-se, por exemplo, a da Virgem de Guadalupe, ocorrida no México em 1531; a da a Virgem da Medalha Milagrosa, acontecida na França em 1830; a da Virgem de La Salette também na França em 1846. Outra aparição bem conhecida é a Virgem de Fátima, ocorrida em Portugal, no ano de 1917, aos três pastorinhos. Isso para mencionar apenas algumas.

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Em se falando das aparições da Virgem Maria, é preciso dizer que elas não fazem parte do chamado depositum fidei (depósito da fé), ou seja, nenhum fiel católico é obrigado a aceitá-las como verdadeiras ou a assumir para si tais devoções. Esses eventos pertencem àquele gênero de revelações que a Igreja chama de “privadas” (cf. CIC 67).

Um olhar de fé

Apesar de não haver essa obrigação por parte da Igreja, isso não quer dizer que o católico deva olhar para essas devoções com um olhar puramente crítico, desinteressado, indiferente. Pelo contrário, somos todos convidados a experimentar essa grande possibilidade que recebemos da Igreja. Se bem vividas, elas podem nos ajudar a progredir no conhecimento do mistério de Cristo.

São João Paulo afirmou que as devoções, durante muito tempo, contribuíram enormemente para a formação de verdadeiras escolas de oração nas famílias e nas paróquias. Elas agem como um rico e maravilhoso suplemento da vida sacramental dos católicos. As devoções ajudam não só os fiéis no seu caminho de santidade pessoal, mas também age como uma nascente de fortaleza e de santificação para as igrejas particulares.

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