Que grandes alegrias tenho experimentado por crescer em intimidade com essa amizade que mora no céu! Eu e ela nos conhecemos quando eu era bem pequena: ao sair da maternidade, minha mãe me levou à casa do Filho dela para me apresentar. Quando criança, falava com ela de vez em quando, mas não era muito próxima. Foram as dificuldades da adolescência e o desejo de servir melhor a Deus que me aproximaram dela. Mas ainda não éramos íntimas; não pensava sequer nessa possibilidade! Então, foi ela quem deu o primeiro passo.
Numa festa junina, em junho de 1997, ao brincar na barraca de pescaria, pesquei um porta-retrato com uma linda foto dela. Levei para casa, mas, como achei que não combinava com os móveis do meu quarto, deixei o porta-retrato no quarto da mamãe.
Todas as vezes que eu passava pela foto, vinha-me um sentimento estranho… Eu tinha a sensação de que ali, no quarto da mamãe, não era o melhor lugar. Muito tempo depois, tomei a decisão de, mesmo não combinando com a decoração do meu quarto, levar aquela foto tão bela para a minha mesinha de cabeceira. Foi uma das melhores coisas que eu fiz!
O início de uma amizade
Todas as noites, quando me deitava, eu me deparava com o terno olhar daquela mulher sobre mim. E passei, então, a sentir vontade de conversar com ela sobre tudo o que eu havia vivido durante o dia: as coisas boas e as ruins também. Era impressionante como eu conseguia falar tudo para ela, até o que havia feito de errado! Era tão bom abrir o meu coração, chorar diante dela, contar os detalhes dos momentos felizes, pedir ajuda e que ela me consolasse, acalmasse e orientasse em tudo. O melhor é que, diferente dos outros amigos, ela sempre estava ali para me ouvir. Eu fiquei viciada nesse excelente hábito não conseguia dormir se não conversasse, pelo menos um pouquinho, com ela. No início, eu achava estranho, porque parecia um monólogo: eu falava e não ouvia nenhuma resposta dela. Com o tempo, pude perceber que, a cada manhã, eu despertava diferente. Se tinha ido dormir triste, acordava feliz. Se estava desanimada, amanhecia cheia de gás! Algo acontecia durante o meu sono.
Em seguida, comecei a notar que ela me dava respostas claras e direcionamentos concretos ao longo do meu dia. Eu não ouvia a sua voz, como no início desejava que acontecesse, mas eu percebia que as pessoas, sem saber de nada, respondiam, durante as eventuais conversas cotidianas, coisas que eu havia perguntado à minha amiga na véspera. Como, então, passei a admirá-la! Ela me deu tantas respostas, de formas tão variadas… O interessante é que eu sempre identificava que era ela quem estava respondendo. Claro! A gente aprende como os nossos amigos falam. A gente começa até mesmo a imitar o jeito de ser e as expressões dos amigos que mais admiramos, não é mesmo? Assim, eu também comecei a aprender com ela e comecei a imitá-la.
Consagração e intercessão de Nossa Senhora
Fui consagrada por minha mãe à Maria Santíssima assim que saí da maternidade. Aprendi com a minha família a rezar a Ave-Maria bem pequenina. Ao caminhar na Igreja, descobri a importância de fazer orações espontâneas pedindo a sua intercessão. Mas foi Maria mesma quem veio ao meu encontro, naquela imagem de Nossa Senhora da Paz, no porta-retrato, seduzindo-me para ter uma maior intimidade com ela.
Relutei no início, mas, graças a Deus, acabei cedendo! Pela força dessas experiências tão marcantes, hoje trago em mim muitas características da minha amiga. Sinto a sua presença constantemente e percebo quando me vêm as suas inspirações.
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Sou profundamente grata a Deus por ter me dado Maria como amiga. É maravilhoso crer e experimentar a força da intercessão da Igreja triunfante. Há alguns que, enganados, pensam que isso é comunicação com os mortos ou coisas do tipo, que são abomináveis ao Senhor.
Eu testemunho que o contato mais íntimo com Maria me aproximou muitíssimo de Jesus, ensinou-me a servi-Lo melhor, deu-me mais eficácia para a realização da minha missão e tem me ensinado, dia a dia, a viver em santidade: esses são os frutos na minha vida!
Nice Affonso