Natal ?

Descubra qual a importância do nascimento do Menino Jesus

O Pecado Original trouxe ao mundo o sofrimento e a morte, o cativeiro do demônio, mas Deus prometeu um Salvador que viria pela Mulher (Gn 3,15). “O Espírito Santo descerá sobre Ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o Santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1,36). Ele reinará sobre a casa de Jacó eternamente; e o seu reino não terá fim” (Mt 1,20-21).

O sinal do Emanuel: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14).

Pela Encarnação do Verbo, sua morte e Ressurreição, a culpa da humanidade foi perdoada, e podemos agora, pelo Batismo, voltar para Deus como filhos, adotados por Jesus Cristo; é a nossa salvação!

A alegria da salvação

Santa Angela de Foligno exprimia seu amor ao Verbo humanado dizendo: “Ver e compreender que Tu nasceste para mim, enche-me de grande alegria”.

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Foto Ilustrativa: by Getty Images / Wirestock/ cancaonova.com

Disse São Leão Magno: “Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade”.

Santo Agostinho disse: “Estarias morto para sempre, se Ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se Ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te.”

Ele “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (Jo 1,1-16).

Natal é esperança e liberdade

O Natal é a festa da esperança, porque estávamos todos perdidos na escravidão de Satanás, para sempre, mas Jesus veio nos arrancar das mãos do inimigo com o preço do Seu Sangue.

1 Pe 1,8 – “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo.”

Por isso, a nossa expectativa em esperar o Natal deve ser a mesma de toda a humanidade de todos os tempos a espera de que o Filho de Deus viesse a nós, em nossa natureza, para de novo ligar o Céu com a Terra. Devemos esperar o Salvador com a mesma esperança, e alegria que o povo de Deus esperou o Messias, “o esperado da nações”, o “mais belo dos filhos dos homens” (Sl 44); com a mesma expectativa com que o esperaram Maria, José, os pastores de Belém e os Reis Magos que vieram de longe para adorar o Menino Deus.

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O amor infinito de Deus

O Natal nos lembra que estamos mergulhados no amor de Deus e não damos conta disso. Deus se fez homem e nasceu entre nós de maneira humilde e silenciosa, para dizer a cada pessoa de maneira muito concreta: “Eu te amo!” É a primeira festa litúrgica, o recomeçar do Ano Religioso, como a nos ensinar que tudo recomeçou ali”.

Depois que o Verbo se fez Homem, assumiu nossas dores e sepultou a nossa morte, com a Sua morte, ninguém mais pode duvidar do Amor de Deus. São João Paulo II disse: “O Natal é o terreno seguro e sempre fecundo, onde brota a esperança da humanidade”.

Precisamos nos preparar bem para viver o Natal. Santo Padre Pio dizia: “Se não tens nem incenso nem ouro para oferecer a Jesus, oferece-Lhe a mirra do teu sofrimento!”. Uma boa preparação pode e deve ser feita com um bom exame de consciência e uma boa Confissão, reservando um pouco mais de tempo para a oração e a meditação. Nada melhor do que purificar o coração para receber o Seu dono.

Bento XVI disse que, no Natal, “Deus tornou-Se um de nós, para que nós pudéssemos viver com Ele, tornarmo-nos semelhantes a Ele”.

A transformação vinda do nascimento do Menino Jesus

O desejo de Deus é que cada batizado se torne a imagem de Jesus. O pecado original quebrou a imagem de Cristo em nós, mas Ele veio para restaurar em nós a Sua imagem. “Deus nos predestinou para sermos conformes a imagem do Seu Filho” (Rom 8,29).

No Natal, o Redentor repete a cada um o que foi dito através do profeta Isaías: “Aqueles que esperam em mim não serão jamais confundidos” (Is 49, 23).

É tão importante a celebração do Natal de Jesus, que se sua celebração se prolonga por oito dias em sua Oitava, para que possamos desfrutar de tão grandes graças.

Mas, agora, precisamos assumir as suas consequências, para que esta Solenidade prolongada continue a dar em nós os seus frutos de santidade. Esta libertação do pecado, da morte e do demônio, que Jesus veio nos trazer, exige de nós um ato de vontade que corresponda a este amor de Deus por nós, sem limites.

O Natal como sinal de renovação e amor

São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, disse: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que Cabeça e de que Corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o Reino de Deus. Pelo sacramento do batismo, te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo”.

Qual deve ser a nossa resposta a tanto amor? São João da Cruz, Doutor da Igreja (†1591), amigo de Santa Teresa, responde: “Amor só se paga com amor!”.

Mas que amor é esse que Deus espera de nós? A resposta está nas Sagradas Escrituras: fazer a vontade de Deus! Deus quer a nossa santificação, e a Igreja existe para isso. E o edifício da santidade cristã se levanta na vontade divina revelada nas Escrituras e no ensinamento da Igreja, especialmente nos Mandamentos de Deus.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino