São Francisco de Assis, religioso, italiano e fundador da ordem dos franciscanos, é o padroeiro universal da Ação Católica. Canonizado em 1228 por Gregório IX, sua festa é celebrada a 4 de outubro.
Herdou do pai, Pedro Bernardone, a finura do espírito toscano e da mãe, o ardor romântico dos trovadores provençais. Teve uma juventude agitada e brilhante. Nas festas de Assis e nos torneios, Francisco destacava-se entre todos.
A conversão na vida de São Francisco
Entre os 20 e 22 anos, teve início a sua conversão da vida mundana para as atividades religiosas. Uma conversão lenta e perturbada por períodos de aridez espiritual. Durante esse tempo, empunhou armas em defesa de sua cidade natal e sofreu um ano de prisão em Perugia. Caiu doente, tendo sonhos e visões que o fizeram entrever o verdadeiro horizonte de seu apostolado. Prefere a solidão de uma gruta nos arredores de sua cidade natal. Não somente dá o que possui, mas despreza o mundo e o dinheiro.
Em sua peregrinação à Roma, pede esmola à porta da igreja da São Pedro. Ao encontrar-se, certa vez, com um leproso que lhe pede uma caridade pelo amor de Deus, sente terrível repugnância; mas vence-a, dá a esmola e beija-lhe a mão. Seu pai, envergonhado do novo gênero de vida adotado por Francisco, queixou se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança: despindo, ali, suas vestes, Francisco exclamou: “doravante não irei mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu”…
A partir desse momento, viveu na maior pobreza, alguns amigos desejaram seguir o seu modo de viver. Um ano depois, foi este o começo da ordem franciscana. Cria para eles uma regra muito breve e singela, que o Papa Inocêncio III aprova em 1210, cujas diretrizes principais eram pobreza e humildade.
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A virtude da caridade na vida de Assis
Dois anos mais tarde, coloca-se sob sua direção, junto com algumas companheiras, uma nobre jovem de Assis, chamada Clara. Assim nasceu a ordem das clarissas ou segunda ordem franciscana. Para os que queriam imitar seu espírito de penitência e pobreza, compôs a regra da ordem terceira. O número de seus seguidores foi crescendo rapidamente.
Em 1221, a assembleia geral da ordem reuniu quase 5.000 frades, que determinaram modificar e ampliar a primitiva regra (aprovada pelo papa Honório III em 1223). Além da pobreza e humildade proverbiais do Pobrezinho de Assis, a caridade foi a virtude que mais brilhou em sua vida. Seu lema de súplicas: “meu Deus e meu tudo, lhe condensa admiravelmente os anelos”. O amor sobrenatural levou-o a transformar em construtor improvisado da Igreja de São Damião e de outros templos semidestruídos.
O mesmo amor impulsiona a reunir os companheiros de apostolado e a oferecer a sua obediência ao Papa, a fim de pregar em toda a parte o evangelho e a sofrer penúrias sem fim. O mundo aprendeu de seus lábios e de seu exemplo que a perfeita alegria consiste em aceitar com ânimo, pelo amor de Cristo, toda espécie de vitupérios.
O amor de Francisco tem um sentido profundamente universalista. Ninguém como ele irmanou-se tanto com todo o universo, foi irmão do sol, da água, das estrelas, das aves e dos animais. O Cântico ao sol, em que proclama seu amor a tudo que existe, é uma das mais lindas páginas da poesia cristã. A basílica de São Francisco, em Assis, tornou-se ainda mais bela pelos quadros da vida do santo com que Giotto e Cimabue a decoraram.
(Texto adaptado por: Mariana Figueira)