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A salvação e a misericórdia no Evangelho de São Lucas

O nome de São Lucas perpetuou na história, de modo particular, por meio de sua obra literária, o Evangelho. Escrito pelo qual é lembrado e reconhecido, porém, a atualidade bíblica reconhece uma continuação desse escrito, através do livro de Atos dos Apóstolos.

Entende-se que os livros são uma obra única em dois volumes. No período da composição dos cânones bíblicos levou-se em conta a história de Jesus agrupada nos primeiros livros e só depois a história da Igreja como continuação da vida de Jesus. Por isso, existe a separação dos livros, entretanto, o ideal seria lê-los juntos.

O Evangelho de São Lucas

O Evangelho de São Lucas seria o terceiro em cronologia de composição, seguindo as linhas mestras de Marcos e da fonte “Qelle” mais seus acréscimos teológicos. Por exemplo, os detalhes sobre Maria, que leva alguns pesquisadores a crerem na convivência profunda entre os dois. O que justificaria a continuidade da obra em Atos dos Apóstolos seria: a repetição de palavras-chaves como salvação; a escrita ao teófilo (Lc 1,3 e Atos 1,1); o papel central da cidade de Jerusalém, tendo sempre a culminância dos fatos ali; a presença do Espírito Santo que permeia os livros; entre outros argumentos.

São Lucas

Créditos: sedmak da GettyImages.

Em meio a esses tantos detalhes, não se pode dizer o contrário, seu evangelho tem como tema central a salvação e a misericórdia. Aqui ocorre um grande destaque na repetição dessas palavras e em palavras de um mesmo campo semântico.

De modo novo, apresenta as parábolas da misericórdia, no capítulo 15, com as figuras da ovelha perdida, dracma perdida e o pai misericordioso. Assim como o sermão da planície, diferente do sermão da montanha de Mateus, no capítulo 6, 12-49, com as bem-aventuranças. Em continuidade, se estende através dos apóstolos aos pagãos, no livro de Atos dos Apóstolos, uma extensão da ação salvífica de Jesus. Pedro e Paulo se tornam os personagens principais em imitação a Jesus Cristo salvador.

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Evangelização e amor ao Nosso Senhor Jesus Cristo

Com exatidão, nota-se o brilhantismo literário de São Lucas, sua cultura e habilidade para escrever e relatar a teologia nos textos. Percebe-se também que o autor dialogava com o mundo grego, as filosofias daquele tempo e, por isso, apresenta esse esforço em sinalizar a atuação salvífica em Jesus e não mais nos deuses gregos ou em suas filosofias. Sua escrita original está em grego, da antiga tradição bíblia da LXX (Septuaginta). Assim, revela-se o grande papel teológico de Lucas até os dias atuais.

Por outro lado, devemos recordar que não somente foi um exímio escritor, mas também — e essencialmente — um vivenciador do Evangelho. Não bastaria escrevê-lo de modo brilhante, isso seria “vazio” para o catolicismo. No entanto, completou-se a obra com sua vida de testemunho e entrega pela evangelização e amor ao Cristo.

Todavia, deu a sua vida pelo amigo por meio do martírio, tendo seu sangue assinado a grande marca da santidade lucana. Aprendamos com ele, a brilhar por meio da arte, pregação, música e outros meios, mas também com as virtudes da vida de santidade.

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Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.