Professar a fé!

Somos chamados a exercer a missão da Igreja

Cremos em um Deus vivo e verdadeiro, que caminha conosco e nos dá forças. Somos Igreja, Católicos Apostólicos Romanos. No cânone 96 do Código de Direito Canônico, lemos: “Pelo batismo o homem é incorporado na Igreja de Cristo e nela constituído pessoa […]”. De fato, é por meio do batismo que nos tornamos parte do corpo único da Igreja, unidos pelo mesmo Espírito, como o Apóstolo Paulo nos ensina em sua carta aos coríntios: “Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito” (1 Coríntios 12,13). Nessa passagem, Paulo nos ensina que todos temos nossa função dentro da Igreja, todos somos partes de um todo, membros de um corpo, cada um com sua missão, segundo a vontade de Deus.

O Papa João Paulo II, em celebração na Capela Sistina, em janeiro de 2001, pregou: “O batismo cristão, corroborado pelo sacramento da confirmação, torna todos os crentes, cada um nas modalidades típicas da sua vocação específica, corresponsáveis da grande missão da Igreja”.

Ora, como partes da Igreja de Jesus Cristo, somos chamados a exercer a missão da Igreja. Somo fiéis, assim como consta no cânone 204: “Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo batismo, foram constituídos em povo de Deus […]”. E ao corpo a que se refere Paulo, o Código de Direito Canônico trata no cânone 205: “Encontram-se em plena comunhão da Igreja Católica, neste mundo, os batizados que estão unidos com Cristo no seu corpo visível, pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos e do governo eclesiástico”. É que a profissão de fé é o elemento da comunhão eclesial, é obedecer e submeter-se à verdade que Deus nos revela.

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Somos Igreja

O Catecismo da Igreja Católica ensina: “A fé é um ato pessoal, uma resposta livre do homem à proposta de Deus que se revela. Mas não é um ato isolado. Ninguém pode acreditar sozinho, tal como ninguém pode viver só”, de tal forma, ser membro da Igreja, viver efetivamente a fé, é ser amparado na fé pelo outro e amparar o outro com sua própria fé. Não somos solitários, somos membros vivos da Igreja de Jesus Cristo.

Do mesmo modo, na Carta Encíclica Lumen Fidei do Sumo Pontífice Francisco, o Santo Papa nos recorda que a fé deve ser expressada na comunhão eclesial: “Desse modo, o batismo recorda-nos que a fé não é obra do indivíduo isolado, não é um ato que o homem possa realizar contando apenas com as próprias forças, mas tem de ser recebida, entrando na comunhão eclesial que transmite o dom de Deus: ninguém se batiza a si mesmo, tal como ninguém vem sozinho à existência. Fomos batizados”. Para tanto, é na Santa Missa que o celebrante convida a assembleia a professar a sua fé por meio do Credo Símbolo dos Apóstolos (mais comum nas celebrações) ou o Credo Niceno-Constantinopolitano. Por meio do Credo, professamos nossa crença em Deus e em Jesus Cristo, Seu Filho unigênito.

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O batismo em Cristo

Em Atos do Apóstolos, Filipe batiza o eunuco após anunciar para ele Jesus Cristo e por sua declaração de crença. É que o eunuco lia o profeta Isaías, mas não podia entender o que lia, rogando a Filipe que lhe ajudasse. Após ouvir o anúncio de Jesus, assim encontramos o batismo do eunuco nas Sagradas Escrituras: “Continuando o caminho, chegaram a um lugar onde havia água. Então, o eunuco disse a Filipe: ‘Aqui existe água. O que impede que eu seja batizado?’ Filipe lhe disse: ‘É possível, se você acredita de todo o coração’. O eunuco respondeu: ‘Eu acredito que Jesus Cristo é o Filho de Deus!’ Então, o eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram junto às águas, e Filipe batizou o eunuco” (Atos dos Apóstolos 8,36-38).

Sejamos todos membros desse corpo santo, membros vivos da Igreja, dispostos a professar nossa fé e amparar a fé dos nossos irmãos. Não façamos do caminho de Deus uma jornada solitária, sequer um martírio desnecessário. Jesus Cristo morreu por nós. Que nossa caminhada seja repleta de irmãos para nos amparar. Que sejamos cada um de nós pedra de apoio para a fé dos nossos irmãos. Que, ao fraquejar, não sejamos julgados, mas amparados. Que, ao compreender, não sejamos arrogantes, mas saibamos compartilhar os ensinamentos de Deus e, como Filipe anunciou ao eunuco, sejamos nós os anunciadores de Jesus Cristo.

Referências:

A BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. 86 ed. São Paulo: Paulus. 2012.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html>

LUMEN FIDEI. Carta Encíclica do Sumo Pontífice Francisco: 29 de jun. 2013. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20130629_enciclica-lumen-fidei.html>

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA NA FESTA DO BAPTISMO DO SENHOR. Homilia Do Papa João Paulo II. Capela Sistina; domingo, 7 de janeiro de 2001. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2001/documents/hf_jp-ii_hom_20010107_baptism.html>

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO, promulgado por João Paulo II, Papa. Conferência Episcopal Portuguesa. 4. ed. Editorial Apostolado da Oração – BRAGA, 2007. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cod-iuris-canonici/portuguese/codex-iuris-canonici_po.pdf>

Luís Gustavo Conde – Catequista na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Arquidiocese de Ribeirão Preto/SP, atuando na evangelização da turma de adultos. Autor de artigos para formação na doutrina cristã. Advogado e professor de cursos técnicos profissionalizantes. Marido da Patrícia e pai do Oliver.