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Qual oração deve ser feita após a comunhão?

Chamamos de Ação de Graças o tempo de oração depois da Comunhão. É o momento mais importante, pois Jesus está em nossa alma. São João de Ávila, São Inácio de Loiola e São Luiz Gonzaga faziam a Ação de Graças de joelhos, durante muito tempo. Santa Maria Madalena de Pazzi nunca queria interromper suas ações de graças, era preciso obrigá-lo a isso, para que pudesse alimentar-se um pouco. “Os minutos que vêm depois da Comunhão – dizia a santa – são os mais preciosos que temos em nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entender-nos com Deus e, da parte de Deus, para comunicar-nos o seu amor”.

Jesus vem a nós na Eucaristia, sedento de amor; mas muitas vezes, O recebemos tão mal! Muitos nem, ao menos, fazem a “ação de graças” após a Comunhão. Nem mesmo dez minutos reservamos para “ficar com o Senhor” que vem à nossa morada. Não temos tempo nem de receber as graças que Ele quer nos dar. Muitos, logo que comungam, já saem conversando da Igreja. Às vezes, músicas barulhentas impedem a nossa ação de graças e até esquecemos que o Senhor da glória “hospeda-se” em nós.

Após a Comunhão é preciso “estar com o Senhor”, sem pressa, no silêncio. Mas parece que o demônio arranca com muita pressa as pessoas da Igreja, para não fazerem a ação de graças. Neste momento, o Céu se faz presente em nossa alma; e é preciso vivê-lo. Santa Teresa dizia que “onde está a Majestade, está toda a Corte”. Junto com os Anjos e Santos, em nossa alma, demos graças ao Rei. Ela dizia ainda que: “Jesus é um hóspede que paga muito bem a boa hospedagem que lhe oferecemos”, pois Ele continua a dizer-nos que “a raposa tem suas tocas, as aves dos céus seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Qual oração deve ser feita após a comunhão?

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

A comunhão é o momento de estarmos com o Senhor

A Comunhão é o momento de “oferecer o nosso coração”, para nele o Senhor repousar. É a hora privilegiada de ir a Ele que nos chama: “Vinde a mim vós todos que estais aflitos e cansados, e Eu vos aliviarei” (Mt 11,28). É a hora de “estar com o Senhor”, sem pressa. É o momento de “abraçá-Lo”, adorá-Lo; beijar-Lhe as mãos e os pés, de satisfazer o Seu amor por nós, de desagravar-Lhe o coração tão ofendido pelos sacrilégios, ofensas e indiferenças que recebe.

É a hora irresistível de invocar a Sua misericórdia infinita para perdoar os nossos pecados, para salvar a todos os agonizantes e pecadores, e sufragar com o Seu Sangue as almas do purgatório. Procure lembrar-se dos nomes de seus entes queridos falecidos e peça a Jesus pelo sufrágio de suas almas. É a hora de pedir-Lhe pelas necessidades da Igreja, do Papa, do nosso Bispo, do Clero, das vocações sacerdotais e religiosas, da sua família, dos seus filhos, dos parentes, dos amigos e de todos que se recomendaram às suas orações. Procure lembrar-se de todos os seus
problemas pessoais, familiares, profissionais, e peça ao Senhor a solução de todos eles.

É o momento privilegiado do Senhor curar a nossa alma, de fazer morrer em nós as raízes das ervas daninhas, os vícios capitais (soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja, preguiça). Mostre a Jesus seus pecados mais difíceis de serem vencidos. Invoque Seu precioso Sangue para o libertar de todos os males do corpo e da alma. Peça ao Senhor
que lhe conceda as graças e bênçãos necessárias para a sua conversão e salvação, bem como de sua família.

É a hora de apresentar ao Divino médico as feridas da nossa alma, nossas angústias, tristezas, mágoas. Enfim, é a “hora da graça”. Não deixe passar em vão essa hora tão preciosa. Infelizmente, a deixamos passar, pois temos pressa para as coisas do mundo. O nosso amor ao mundo ainda é maior do que o nosso amor ao Senhor. Mas Ele é paciente, e continuará “sofrendo de amor” por nós e a nos esperar.

São Tomás de Aquino no deixou uma oração após a Comunhão:

“Dou-vos graças, Senhor santo, Pai onipotente, Deus eterno, a Vós que, sem merecimento nenhum de minha parte, mas por efeito de vossa misericórdia, Vos dignastes saciar-me, sendo eu pecador e vosso indigno servo, com o corpo adorável e com o sangue precioso do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Eu Vos peço que esta Comunhão não me seja imputada como uma falta digna de castigo, mas interceda eficazmente para alcançar o meu perdão; seja a armadura da minha fé e o escudo da minha boa vontade; livre-me de meus vícios; apague os meus maus desejos; mortifique a minha concupiscência; aumente em mim a caridade e a paciência, a humildade, a obediência e todas as virtudes; sirva-me de firme defesa contra os embustes de todos os meus inimigos, tanto visíveis como invisíveis; serene e regule perfeitamente todos os movimentos, tanto de minha carne como de meu espírito; una-me firmemente a Vós, que sois o único e verdadeiro Deus; e seja, enfim, a feliz consumação de meu destino.

Dignai-Vos, Senhor, eu Vos suplico, conduzir-me, a mim pecador, a esse inefável festim onde, com o vosso Filho e o Espírito Santo, sois para os vossos santos luz verdadeira, gozo pleno e alegria eterna, cúmulo de delícias e felicidade perfeita. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amém.”


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino