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As realidades visíveis e invisíveis da Igreja

Caro internauta, se, atualmente, afirmações elementares do tipo “a grama é verde” tem se tornado passível de dúvida, quando mais aquelas que procuram apresentar a existência de realidades invisíveis. O credo Niceno-Constantinopolitano (o Símbolo dos Apóstolos), logo na sua primeira sentença de fé diz o seguinte: “Creio em um só Deus, […] Criador […] de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Ao rezar o credo, portanto, estamos dando consentimento à existência de realidades que estão para além daquilo que os nossos parcos sentidos podem captar.

No que se refere à Igreja Católica, o número dois da Constituição Sacrosanctum Concilium nos apresenta que é próprio da Igreja ser, simultaneamente, humana e divina, quer dizer, visível, porém dotada de elementos invisíveis. A Igreja visível possui característica hierárquica, cuja cabeça é Pedro juntamente com o seu colégio apostólico, ou seja, o Papa e os bispos, os sucessores dos apóstolos.

A presença de Pedro na Igreja é, naturalmente, compreendida pelo fato de que nenhuma instituição humana perduraria no tempo (há história) sem que houvesse uma figura que mantivesse sua ordem e sua unidade. Por exemplo: a escola possui um diretor, um país possui um presidente (ou um líder), uma paróquia possui um pároco e assim por diante. A Igreja visível, no aspecto geral, somos todos nós, batizados, que compreendemos a nossa missão de filhos de Deus e professamos uma única fé.

As realidades visíveis e invisíveis da Igreja

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como acreditar nas realidades invisíveis?

Se a Igreja visível é hierarquia, a invisível é mística, afirma o Papa Bento XVI em uma audiência geral no dia 6 de junho de 2007. Em outras Palavras, a Igreja possui um “corpo místico”. Trata-se, pois, da Igreja Triunfante, que é constituída pelas almas que já se encontram na glória de Deus e da Igreja Padecente, que são as almas dos nossos irmãos que se encontram no Purgatório.

Contudo, é importante salientar que não se trata de duas, mas de uma única Igreja, fundada por Jesus, que é seu único mediador e que a sustenta continuamente sobre a terra. Portanto, caro internauta, podemos afirmar, sem medo, que Igreja é, simultaneamente, terrestre e celeste; visível e espiritual. Em outras palavras, “a Igreja está na história, mas, ao mesmo tempo, transcende-a” (CIC 770). Assim, a Igreja terrestre é sinal da Jerusalém celeste. Diante dessa maravilhosa realidade, São Cipriano, no século III, formula uma contundente afirmação: “fora da Igreja não há salvação”.

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Para finalizar, cito São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja: “Humildade! Sublimidade! […]; habitação terrena e palácio celeste; casa de barro e corte real; corpo mortal e templo de luz; enfim, objeto de desprezo para os orgulhosos e esposa de Cristo! […] ela que, empalidecida pela fadiga e sofrimento dum longo exílio, tem, no entanto, por ornamento a beleza celeste”. Que o Senhor nos ensine a amar, cada vez mais, a nossa Santa Igreja Católica.

Deus abençoe você, e até a próxima!

 

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