pecados capitais

A diligência é o remédio que combate o pecado da preguiça

O pecado da preguiça

Dando continuidade a nossa série de estudos sobre os pecados capitais, tomemos conhecimento agora sobre o pecado da preguiça e o remédio para combatê-la: a diligência.

Lembro-me das palavras de um padre francês chamado Michel Quoist em que ele dizia: “O trabalho não é uma punição, mas uma honra que Deus concede aos homens. O Pai não quis acabar sozinho a criação. Ele convida sua criatura a colaborar com Ele”. O trabalho do homem é uma maneira direta de colaboração com a obra da criação.

A diligência é o remédio que combate o pecado da preguiça

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Por meio do trabalho, o homem colabora com a construção do mundo. Como ensina professor Felipe Aquino, “todo trabalho do homem, qualquer que seja, é uma continuação da própria atividade criadora de Deus; e isso é uma grande honra para nós”. O “trabalho deve ser concebido e vivido como vocação e missão, como tributo à civilização humana”. Essas palavras do saudoso São João XXIII são suficientes para percebermos o porquê da preguiça ser considerada um pecado capital.

Uso ainda as palavras do professor Felipe Aquino quando ele diz: “Para nos mostrar a importância fundamental do trabalho, Jesus trabalhou até os trinta anos naquela carpintaria humilde e santa de Nazaré. E para nos mostrar que todo trabalho é importante, Ele assumiu o trabalho mais humilde, o de carpinteiro, que era desprezado no Seu tempo. Trabalhando, como homem, Jesus tornou sagrado o trabalho humano e fonte de santificação”.

Santo Afonso de Ligório assumiu como lema de vida a seguinte frase: “Nunca perder tempo”. Assim como São Bento, que tomou para a vida dos mosteiros o lema que se tornou conhecido mundialmente: “Ora et Labora!”. Rezar e trabalhar. Dois pilares que sustentam a espiritualidade dos mosteiros beneditinos.

Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho […] Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh! se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito […]! Uma lição de vida familiar! Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável […]. Uma lição de trabalho, Nazaré, a casa do “Filho do carpinteiro”! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa, mas redentora, do trabalho humano […] Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande modelo, o seu Irmão divino. (Catecismo n. 533).

Não podemos negar que a técnica tem ajudado o homem no tocante ao trabalho braçal. Porém, é de saber que somente o homem pode oferecer a Deus, como diz o salmista, um sacrifício de louvor. Exorta São Paulo em relação ao trabalho: “quem não trabalhar não tem o direito de comer”. (II Tes 3,10). Entende-se desse modo a importância do trabalho para a vida do homem. A preguiça é um grande mal para a pessoa e também para a sociedade. Pelo trabalho, o homem se realiza, constrói-se, constrói o mundo e os outros. Pelo preguiçoso, o mundo está destinado a acabar.

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Diligência

A diligência é o remédio que combate a preguiça e consiste em fazer bem feito todas as coisas que forem ser realizadas. Fazer com zelo e atenção: jamais algo pode ser feito de qualquer jeito, pois, se assim for, cedo ou tarde, trará consequências, e, infelizmente, algumas são irreversíveis.

Imagine se o mecânico não apertar bem o parafuso; o médico não aplicar a injeção certa; o piloto de avião apertar o botão errado. A negligência é a responsável pela maioria dos acidentes. Enquanto a diligência é a responsável das coisas darem certo e produzirem a eficácia necessária.