Prepara-se

Como participar espiritualmente das missas de fim de ano?

Certa vez, fui participar de uma Missa numa paróquia em outra cidade e, ao chegar, na porta de entrada, me deparei com a frase: “Entre para comungar e saia para amar”.

Uma síntese profética e perfeita do mistério da Santa Missa, não é mesmo!? Essa frase muito me chamou a atenção e entrou em mim para não mais sair.

Como participar espiritualmente para as missas de fim de ano

Foto Ilustrativa: by Getty Image / CHBD

A sua e a minha disposição de irmos à Missa é muito ligada ao desejo de que Deus fale, fale conosco nos gestos litúrgicos, nas leituras proclamadas, na homilia, nas canções e, de posse do que Deus nos falou, voltamos aos nossos lares no intento de que, ao menos, os nossos nos ouçam, pois queremos “derramar neles” o que Deus, lá na Santa Missa, derramou em nós.

A real importância da Santa Missa

Outro fator de adesão à Missa é de que o Senhor nos fortifique ante os desafios a serem encarados por nós depois de O comungarmos, que Ele nos console em nossas dores, cure nossas enfermidades, nos dê a direção.

Mas, acima de tudo, vamos à Santa Missa porque cremos no Deus que se mistura à hóstia consagrada no altar do Santo sacrifício, a Eucaristia, centro de nossa fé, se faz presente num lugar: a Santa Missa

O ano de 2020, marcado por dores incalculáveis, perdas, prejuízos das mais diversas ordens e desafios jamais imaginados nos deu também a oportunidade de experimentarmos uma via, talvez, pouco valorizada pela geração de nosso tempo, a comunhão espiritual, uma vez que, foi o que nos restou, diante dos interditos de participação da Santa Missa na forma presencial por um longo tempo.

Como católicos que somos, nosso chamado encontra sentido quando cremos que tudo coopera para o bem dos que amam a Deus (Rm.8,28), inclusive, o que não compreendemos ou aceitamos!

Comunhão espiritual

É bem verdade que bateu aquela saudade extravagante de comungar o Corpo e Sangue de Nosso Senhor presencialmente, mas, ao mesmo tempo, Ele se permite ser comungado espiritualmente. É a Palavra cumprindo a missão para a qual foi constituída – “A Palavra não se deixa acorrentar”(2Tm.2,9).

Certa vez, Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, que morreu com a mesma idade de Jesus, 33 anos, recebeu uma revelação particular, num altar, estavam dispostas duas âmbulas, uma dourada, reluzente; e outra, uma âmbula de prata. Foi aí que, de posse daquela visão espiritual, Catarina perguntou ao Senhor: “O que significa essa âmbula dourada, meu Senhor? Jesus lhe respondeu: “As comunhões que você recebeu todas as vezes que foi à Santa Missa e Me recebeu ao entrar na fila da comunhão”. Intrigada, Catarina resolveu perguntar: “E o que significa a âmbula de prata?”. Jesus lhe respondeu: “As comunhões espirituais que você fez quando não pôde me receber entrando na fila da comunhão”.

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Âmbula de prata

Acredite, caro irmão leitor, que esse místico exemplo da Doutora da Igreja nos cabe perfeitamente para esse tempo, creio fielmente que 2020 foi o ano, por assim dizer, da “âmbula de prata”.

O Senhor, que conhece e perscruta os corações, sabe o quanto você o quis comungá-Lo mais, o quanto quis estar numa fila eucarística; e sabedor disso, não te deixou faminto, veio em Espírito para vos preparar de maneira mais acertada e madura para o tempo que o receberemos tal como o desejamos recebê-Lo.

As missas de fim de ano se aproximam, prepare-se espiritualmente, alinhe-se com as Escrituras, recolha-se, se confesse, caso seja possível; e receba-O espiritualmente como a noiva recebe o noivo nas núpcias.

E, mesmo que nenhuma partícula consagrada entre em seu corpo neste tempo, o Deus na Hóstia entra por inteiro e com plenitude pela sua comunhão espiritual.