✝️ Transmitir a fé

A atual e urgente missão do catequista

A missão do catequista na Igreja é de fundamental importância. Numa mudança de época como a que vivemos atualmente, verifica-se, cada vez mais, o fenômeno da perda ou distanciamento de uma fé com raízes “tradicionais”, que é aquela herdada dos pais, avós etc. Logo quando os cristãos não mais têm acesso a uma fé enraizada nas tradições familiares devido à desestruturação e secularização que, por vezes, se verifica nas famílias, torna-se cada vez mais urgente um processo de catequese sólido e eficaz para que as pessoas conheçam a fé.

Créditos: Wesley Almeida / cancaonova.com

Papa Paulo VI e a urgência do ensino catequético

Papa Paulo VI, há tempos, expressou tal intuição quando escreveu: “As condições do mundo atual tornam cada vez mais urgente o ensino catequético, sob a forma de um catecumenato para numerosos jovens e adultos que, tocados pela graça, descobrem, pouco a pouco, o rosto de Cristo e experimentam a necessidade de a ele se entregar” (Exortação apostólica Evangelli Nuntiandi, n. 44).

São João Paulo II e a importância de aprofundar o Kerigma

João Paulo II, por sua vez, na exortação apostólica que trata especificamente sobre a catequese, mostra sua importância como aquele aprofundar do Kerigma, que, sendo o primeiro anúncio, desperta o coração do crente para o amor de Deus, mas que precisa de ulterior amadurecimento e aprofundamento.

Exemplo disso é o processo de enamoramento entre um homem e uma mulher, que precisa progredir do encantamento inicial para um conhecimento recíproco profundo: “Graças, pois, à catequese, é que o «kerigma» evangélico — aquele primeiro anúncio cheio de ardor que a dada altura transforma uma pessoa e a leva à decisão de se entregar a Jesus Cristo pela fé —será, pouco a pouco, aprofundado, desenvolvido nos seus corolários implícitos, explicado mediante explanação que apele também à razão e oriente à prática cristã na Igreja e no mundo […].

As verdades que se aprofundam na catequese são as mesmas que tocaram o coração do homem, quando este as ouviu pela primeira vez. O fato de as conhecer melhor, longe de as embotar ou de as fazer ressequir, torna-as ainda mais estimulantes e decisivas para a vida (Exortação apostólica Catechesi Tradendæ, n.25)”.

Ser catequista: uma missão nobre e urgente para os tempos atuais

Pelo que foi dito, entendemos o Antiquum Ministerium motivo pelo qual a missão de ser catequista é uma missão nobre e urgente para os tempos atuais. Consciente disso é que o papa Francisco instituiu o ministério do catequista no dia 10 de maio de 2021, por ocasião da publicação da Carta Apostólica, onde tal ministério foi estabelecido como um ministério laical estável e com um carácter vocacional para a evangelização.

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A difusão do Evangelho através do ensino catequístico

Para concluir, é preciso dizer que reconhecemos, de fato, a urgência da missão do catequista na Igreja. Num olhar mais amplo, poderíamos recorrer à história milenar da Igreja e perceber que sem os catequistas a evangelização jamais gozaria da mesma eficácia e alcance.

Neste sentido, vale a pena recordar a observação do Papa Francisco: “Toda a história da evangelização destes dois milênios manifesta, com grande evidência, como foi eficaz a missão dos catequistas. Bispos, sacerdotes e diáconos, juntamente com muitos homens e mulheres de vida consagrada, dedicaram a sua vida à instrução catequética, para que a fé fosse um válido sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano […] Não se pode esquecer a multidão incontável de leigos e leigas que tomaram parte, diretamente, na difusão do Evangelho através do ensino catequístico (Carta apostólica Antiquum ministerium, n. 3).”

Wilker Henrique Costa Fiuza
Membro da Comunidade Canção Nova desde 2008. Mestre em Teologia Sistemática (2023).
Formado em Filosofia (2011). Professor na Faculdade Canção Nova (www.fcn.edu.br),
casado e pai de dois filhos.