A chegada dos filhos traz grandes mudanças à vida do casal
Com a chegada dos filhos, é preciso viver em harmonia para eliminar os conflitos, pois cada pai e mãe têm a sua história familiar. Se você não leu, veja o artigo anterior “Como driblar os conflitos do casal com a chegada dos filhos”.
Hoje, conversaremos sobre a reestruturação do casal após o nascimento dos filhos. Isto gera, na maioria dos casais, dificuldades para achar uma nova organização do casamento.
O que acontece com a chegada dos filhos?
Quando nasce uma criança, marido e esposa ganham mais uma função, mais um componente da identidade: ser pai e mãe. Essa transição reacende diversas lembranças (boas e ruins); conceitos; medos e traumas guardados no nosso inconsciente sobre o que nós entendemos sobre “ser pai” e “ser mãe”. Essas memórias foram acumuladas ao longo de toda vida, em especial na nossa infância, na convivência com nossos próprios pais.
Nossa história pode determinar dois objetivos: repetir o que foi bom ou fazer diferente do que vivemos. Se nossos pais foram um bom casal, se foram carinhosos, educadores e presentes, nossa tendência é querer fazer o mesmo e esperar do outro que tenha atitudes compatíveis com isso (uma expectativa difícil de cumprir, considerando que ele/ela veio de outra família).
Por outro lado, se foram ausentes, agressivos, frios, não acolhedores e inseguros, tendemos a querer compensar o que nos faltou por meio da dedicação, e assim, conseguir ser diferente para nossos filhos. Os dois caminhos são perigosos e podem atrapalhar o casamento.
Os traumas vividos pelos pais podem influenciar na educação dos filhos
Os traumas não resolvidos com os próprios pais influenciarão excessivamente na nossa própria forma de ser mãe/pai. Por isso, é muito importante perdoar a própria história. O perdão diminui a força de influência dos traumas em nossa vida atual. É preciso entender que o casamento é um novo caminho, não é como a minha família. Nem mesmo é como a família do outro: juntos formamos uma nova forma de viver a vida.
E os costumes cotidianos refletem isso, como a forma de lidar com a criança, de vestir, dar comida, brincar, ensinar hábitos de higiene. É importante entender que, a criança não pode seguir somente o desejo de um dos pais. Ela faz parte de duas culturas, de duas formas de criação, de duas famílias de origem, por isso, será influenciada pelos dois lados.
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Quais os conflitos que podem aparecer?
Como são comuns os conflitos com os avós nesse período! A mãe tem uma forma de cuidar da criança diferente da sogra. Então, o esposo fica entre “a cruz e a espada”. Acaba ficando sem saber se apoia a esposa ou a própria mãe (afinal, ela o criou e ele sobreviveu bem), e vice-versa. Se essa influência está atrapalhando seu casamento, é sinal de que o casal não definiu corretamente seus conceitos sobre a criança.
Quem deve determinar se seu filho vai comer doce, andar descalço e beber refrigerantes são vocês dois juntos, somente os dois. Vocês devem definir as regras unindo as duas opiniões e chegando a um “meio termo” que seja agradável e correto para ambos. Se o casal está firme nos seus conceitos, as duas famílias de origem respeitarão. Caso aconteçam conflitos com avós e tios, sugiro que cada um se entenda com sua própria família. Marido e mulher conversam sobre o que aconteceu e cada um se resolve com os seus. Isso evita o mal estar com os sogros e outros parentes.
Quanto mais estáveis os conceitos de criação na vida do casal, mais a criança sente a segurança de saber seus limites e seu espaço. Assim, ela se desenvolve da maneira correta, ficando livre para amadurecer. Passando por este processo, ela desvincula da dependência com os pais, deixando-os livres para retomar o principal vínculo de sua vida: o amor matrimonial.