Superação

Como lidar com o filho deficiente

A chegada de um filho sempre gera expectativa, porém, é muito importante saber lidar se este filho traz alguma deficiência

A espera por um filho, seja ele biológico ou adotivo, mobiliza os pais e toda a família. Não podemos negar que essa expectativa gera idealizações quando pensamos em características físicas e emocionais que os filhos possam herdar ou desenvolver.

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Foto: Arquivo cancaonova.com

Muitas vezes, ao receber um filho que seja portador de qualquer tipo de deficiência, podemos mobilizar em nós uma diversidade de sentimentos como culpa, rejeição, pavor, medo, negação e isolamento social por não conseguir lidar, naquele momento, com essa pessoa que requer cuidados específicos.

Contato com outros pais

Quando um filho deficiente chega à família, o contato com outros pais de crianças deficientes pode ser importante. Conhecer associações, participar delas, conhecer tratamentos e formas de melhor viver e dar qualidade de vida ao seu filho são etapas muito importantes e toda a família pode ser beneficiada.

Não é incomum que os pais se percebam incapazes de lidar com todas as situações advindas da chegada de um filho deficiente. As mudanças no papel de pais, o desdobramento para situações simples como sair de casa, a percepção de novos valores e estilos de vida serão intensamente vivenciadas em cada família.

Ao encontrar pessoas que vivem a mesma situação, a família pode dar um significado diferente às suas dúvidas e preocupações, e assim ter outras visões a respeito da deficiência.

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Possíveis comportamentos dos pais

“As reações a esta criança podem trazer à tona vários tipos de comportamentos: negação da realidade da deficiência; lamentações e comiseração dos pais para com a sua própria sorte; ambivalência em relação à criança, ou seja, rejeição e projeção da dificuldade como causa da deficiência; sentimentos de culpa, vergonha, depressão e padrões de mútua dependência (TELFORD, 1976).”

Se tais situações aconteceram ou acontecem em sua família, não se envergonhe, pois elas são normais. É importante que possamos perceber que crianças com limites físicos ou psíquicos podem se desenvolver se forem acompanhadas. Não podemos retirar os obstáculos, mas podemos avaliar a alegria na superação de cada dificuldade.

Pais e filhos

O que fazer?

Falamos sobre culpa, um sentimento que se faz presente; porém, quando mergulhamos profundamente nele, acabamos nos inibindo, entristecendo e entrando num estado que, muitas vezes, nos paralisa.

A dica é não viver essa realidade sozinho. Reconhecer, nos aspectos médicos, o que a criança tem é fundamental; mas até que possamos chegar a um diagnóstico, este caminho não é fácil; no entanto, é preciso aceitar e buscar ajuda.

A partir do momento que reconhecemos o que essa criança tem, é muito mais fácil ajudá-la. A culpa dará lugar às ações e, com isso, poderemos crescer no relacionamento com o filho e com a família. Nem sempre a explicação dos motivos que levaram à deficiência ficará clara, mas a aceitação e a ação serão poderosas aliadas na superação dessas dificuldades.

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Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa