Dicas para os pais que estão vivendo a beleza e os desafios da chegada do bêbe
Era um dia ensolarado e quente do verão europeu quando meu filho Giuseppe escolheu nascer. Dia do patrono da Europa, São Bento. O acontecimento que mudou completamente a minha vida.
Deu-se início à aventura mais linda, intensa e transformadora. Durante o namoro, noivado e casamento, meu esposo Guilherme e eu lemos, estudamos e cuidamos de muitos bebês. Somos apaixonados por crianças! Eu já sabia que o puerpério (pós-parto) seria exigente, mas somente vivendo e passando pela experiência é que, de fato, entendi o significado da maternidade.
Seis dicas para papais e mamães
Citarei seis coisas que é importante para os pais de primeira viagem saberem ao cuidar de um recém-nascido.
1. O bebê vem para conduzir o casal a uma autêntica conversão de vida. O amor, que é experimentado com a chegada do primeiro filho, é inenarrável. Um ser tão frágil e indefeso, capaz de tirar sorrisos e lágrimas de amor dos adultos.
O filho ensina aos pais o que, de fato, é o amor gratuito. Somos chamados, a todo instante, a viver o altruísmo, as renúncias e doação, a paciência, o carinho e respeito. A sensação é que o neném é quem torna o professor, em vez de um aluno nessa escola da maternidade e paternidade.
2. O recém-nascido dá um novo sentido de vida para os pais. A vida, de fato, vira do avesso, e o que não é prioridade perde o sentido. A vida ganha um novo sabor.
A vontade de lutar por um mundo melhor se intensifica e, com isso, a responsabilidade de formar um cristão que seja um cidadão com virtudes e valores. É uma linda experiência de amor.
3. A demanda de um bebê é intensa. Não tem como estocar sono para viver as primeiras semanas de amamentação e troca de fraldas durante o dia e nas madrugadas. É no ritmo do neném que se vai aprendendo que Deus dá uma graça sobrenatural para os pais conseguirem atender a demanda do recém-nascido.
É importante que os pais dialoguem antes e durante todo o processo, para que eles possam se ajudar nessa nova rotina. Nem todo mundo consegue ter ajuda da mãe, sogra, amigas nessa fase, e por isso é preciso que o casal esteja em sintonia, para que a paciência e o amor não se percam em meio à nova rotina.
4. Você precisa de uma rede de apoio. Família, amigos, vizinhos… Enfim, é essencial ter uma rede de pessoas que ajudem nesse processo inicial. Que tipo de ajuda? Assumir os afazeres domésticos, desde limpar a casa, cozinhar, lavar roupa e passar. É a ajuda efetiva para com os pais, e assim eles poderão cuidar melhor do bebê.
A rede de apoio também dá um apoio afetivo para a nova família, ou seja, está ali para ouvir, acolher as suas partilhas, dar colo se preciso for; enfim, são cuidados efetivos e afetivos.
5. A mulher vive um luto psíquico: deixar de ser exclusivamente filha para se tornar mãe, um processo a ser elaborado no pós-parto.Os hormônios da mulher após o parto ficam fora do lugar, uma verdadeira bagunça interior, as emoções à flor da pele.
Ela atende a demanda do bebê, que deseja o seu colo, cheiro e peito para sobreviver. Entretanto, essa mãe vive o dilema de filha, que também precisa de colo e de ser cuidada. É fundamental que os olhos que se voltam para o bebê também se voltem para a mãe.
Uma coisa que eu aprendi enquanto me preparava para a maternidade é que, quando o bebê chora muito, é necessário voltar o olhar para a mãe, porque ela deve estar querendo chorar. O choro não expressado da mãe pode se tornar o choro do bebê.
6. Siga seu instinto materno e paterno. Por mais preparados que o casal possa estar, é na oficina da vida que se aprende a ouvir o instinto. Mesmo que lhe digam o que você deve fazer, que é importante, siga a voz do seu coração.
Leia mais:
.: Confira outros artigos da colunista Fernanda Zapparoli
.: Pais de primeira viagem: como preparar-se para a chegada do bebê?
.: As mudanças positivas da maternidade na vida de uma mulher
.: Na maternidade, revela-se o mistério da mulher
Linda e santa missão dos pais
Cuidado com o tipo de linha formativa e educativa que você escolhe para formar seu neném. A base, como em toda construção, é a mais importante e fundamental. Assim é também na vida do bebê: os primeiros anos de vida são a base para toda a sua vida.
O Concílio Vaticano II afirma que “o dever de educar mergulha as raízes na vocação primordial dos cônjuges à participação na obra criadora de Deus: gerando no amor e por amor uma nova pessoa, que traz em si a vocação ao crescimento e ao desenvolvimento. Os pais assumem, por isso mesmo, o dever de ajudar, eficazmente, a viver uma vida plenamente humana”.
Que Deus nos conceda a sabedoria e o amor necessário para essa linda e santa missão.