Encarando conflitos

Muitas vezes, sofremos mais do que a própria dor, pois não damos sentido ao nosso sofrimento e também não aproveitamos o momento para o crescimento ou para descobrir um novo caminho, uma nova forma de viver. A dor da traição, da calúnia, do ser malfalado, da incompreensão, da decepção, do desprezo, da rejeição, às vezes, nos levam a um sofrimento maior do que ele realmente o é; e esse sentimento, muitas vezes, acaba nos paralisando. Portanto, irmãos, não vamos cultivá-lo, mas sim, lhe dar um novo sentido.

O primeiro passo que devemos dar diante de um conflito é encará-lo e nomeá-lo. Existe o perigo de passarmos pela vida vendo tudo com “óculos cor-de-rosa”, de modo a não precisarmos enxergar nem enfrentar os conflitos, agindo como o avestruz, que diz: “O que não deve ser, não existe” e coloca a cabeça na areia. É importante que não coloquemos “panos quentes” nos conflitos individuais ou comunitários, pois estes nos dão sempre a oportunidade de inspirar nossa criatividade a procurar soluções melhores. Na convivência entre homens e mulheres, de culturas e gerações diferentes, geralmente, ocorrem conflitos que não podem ser resolvidos inteiramente. Por isso, precisamos aprender a conviver com essas dificuldades e com as nossas diferenças.

É importante saber que o Espírito Santo transformará apenas aquilo que Lhe apresentarmos. A nossa santidade passa pela nossa humanidade e a graça opera com a nossa atuação. No momento da dor gerada por um conflito, eu tinha a tendência a espernear, a brigar, a agir por impulso, mas, com o passar dos anos, tenho aprendido que, às vezes, não temos como falar, então, o Senhor nos justifica. Graças a Deus, tenho um sábio marido que me ajuda muito a não querer me justificar. Todos os dias, peço que o Espírito Santo controle o meu temperamento, pois quero ser uma mulher conduzida por Ele, caminhando nos caminhos de Jesus.

Para elucidar esse assunto, transcrevo abaixo uma história:

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e o bebesse.
– “Qual é o gosto?” – perguntou o Mestre.
– “Ruim” – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
– “Beba um pouco dessa água”.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– “Qual é o gosto?”
– “Bom!” – disse o rapaz.
– “Você sente o gosto do sal?” – perguntou o Mestre.
– “Não” – disse o jovem.
O Mestre então, sentou-se ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
“A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.”

Em outras palavras: é deixar de ser copo para se tornar um lago.

Que Deus nos dê a graça de não passarmos por cima dos sofrimentos e nos ajude a encará-los, especialmente aqueles gerados entre relacionamentos, de modo a adquirirmos crescimento espiritual e humano, a fim de atingirmos a Maturidade de Cristo.

Continuo intercedendo por você!