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As fragilidades que parecem infringir esse sonho de família

O demônio tem muitas armas para impedir que o sonho de família se realize segundo o plano de Deus

Papa João Paulo II disse, na Carta às Famílias, que o mal sabe que não consegue vencer Deus, então, tenta destruir sua obra principal: a família. Não é sem razão, portanto, que a família é ameaçada de muitas maneiras, como já vimos nos artigos anteriores: ideologia de gênero, divórcio, casamentos apenas no civil, casamento de pessoas do mesmo sexo, aborto, eutanásia, deseducação sexual nas escolas, controle exagerado à natalidade, produção independente, permissividade nas novelas, prostituição, drogas, nudismo.

O demônio tem muitas armas, hoje, para impedir que o sonho de família se realize segundo o plano de Deus. Na base de todas essas ameaças acima citadas, está o relativismo moral e o laicismo anticatólico que quer eliminar o Senhor da sociedade. Em uma carta ao cardeal Cafarro, de Bolonha, Irmã Lúcia, vidente de Fátima, disse-lhe que a última investida do demônio será contra a família e a vida. E isso está, hoje, muito claro. As ameaças contra a família cristã recebem apoio de autoridades e governos, e se tornam leis contra a família.

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As ameças contra a família

Entre os piores inimigos da família está, por exemplo, a “ideologia de gênero”, que ensina as crianças que não existe sexo, contrariando a natureza e a ciência. Ora, se não existe sexo, então não existe mais o casamento como Deus instituiu, onde um homem se casa com uma mulher. Isso abre as portas para todo tipo de “famílias alternativas”, adversas ao que Deus desejou.

Essa terrível ideologia tem sua base no marxismo cultural de Marx, Engels e Antônio Gramsci, que desejaram o fim da família com o falso argumento de que ela é concentradora de renda, que o marido oprime a mulher, e nela os filhos são oprimidos pelos pais. Para eles, todo o sistema opressor capitalista está apoiado nessa estrutura familiar cristã, que deve ser eliminada. Por outro lado, o economista americano Prêmio Nobel em economia, Gary Becker, mostrou, numa tese de doutorado, que a família tradicional é grande fator de desenvolvimento de um país.

Com o surgimento do marxismo, como disse Jacob Bazarian, em “Mito e Realidade Sobre a União Soviética” (p.25): “Os conceitos até então existentes sobre o sexo e o amor, o casamento e a virgindade, a família e a fidelidade conjugal, passaram a ser considerados preceitos burgueses, reacionários, hipócritas etc., devendo ser substituídos por novos conceitos proletários, revolucionários e livres”. É fácil entender que a perversa “revolução sexual” dos anos 60, que derrubou os “tabus” mantidos pela Igreja, foi estimulada e fomentada pelo marxismo ateu, materialista e inimigo da Igreja.

Defesa da vida e o feminismo

Uma vez que a Igreja Católica é a grande defensora da família, da vida, da vida sexual apenas no casamento etc., então, é claro que, hoje, as baterias dos que querem destruir as famílias se voltam contra a Igreja. É preciso derrubar a Igreja, desmoralizá-la, acusá-la de todos os crimes e pecados, para que sua pregação não seja valorizada nem seguida, sobretudo no campo do sexo e da família. Não foi sem razão que o Papa São João Paulo II disse que “em torno à família se trava, hoje, o combate fundamental da dignidade do homem”.

Hoje, há um feminismo ideológico agressivo contra a Igreja e a família. Dom Juan Antonio Reig Pla, bispo de Alcalá de Henares, durante a apresentação do livro “A teologia feminista: significado e avaliação” (de Manfred Hauke), fez uma análise deste feminismo, mostrando o perigo dessa ideologia que passou da igualdade ao radicalismo. Dom Reig explicou o início da “dialética dos sexos” marxista e a figura de Simone de Beauvoir, “que une as raízes marxistas ao liberalismo, entendido como exaltação do indivíduo autônomo, partindo da liberdade individual como determinante de tudo”.

As adeptas do feminismo ideológico pedem “tolerância” para expressar seus “valores”, mas são intolerantes com quem pensa diferente delas. São agressivas com palavras, gestos e ações, não respeitam o mais elementar e natural direito de livre expressão, e não respeitam a liberdade de consciência dos outros.

Nessa linha, ele explicou que os protestos estudantis de 1968, a revolução sexual, a ideologia de gênero desconstrutiva, a Nova Era e o ecologismo são o “coquetel” do feminismo atual. Falando sobre a “teologia da mulher”, explicou que esse feminismo tem uma vontade de voltar a abordar, desde a raiz, todo o sistema teológico: o conceito de Deus, a antropologia, a cristologia-soteriologia, a mariologia, a eclesiologia, a liturgia, a escatologia etc., interpretando tudo em chave nova e falsa. E, no âmbito cultural, promovem o aborto, o ataque ao casamento monogâmico e indissolúvel e a maternidade. Deixou claro que “o feminismo ideológico é um passo a mais no processo de desconstrução da pessoa”, aproximando-se das teorias Queer e Cyborg”[*].

A família é sagrada!

Nesta linha de atuação, o método visado é a descristianização do país, minando a moral cristã das crianças, com cartilhas de educação sexual que estimulavam a promiscuidade. Ridiculariza-se a ética cristã, a monogamia e a autoridade da Igreja. Antônio Gramsci afirmou que o socialismo é “a religião que deve matar o cristianismo”.

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Diante de tudo isso, a Igreja e os pais cristãos precisam se unir numa pastoral familiar autêntica, sem se deixar levar pelo atual relativismo moral que penetra também na Igreja. Há, lamentavelmente, padres que apoiam a ideologia de gênero contra o que a Igreja ensina, por incrível que pareça. Diante dessas ameaças à educação das crianças, os pais precisam ter todo o cuidado e vigilância para acompanhar tudo que elas leem, escutam e aprendem, sobretudo nas escolas e pelas redes sociais. A família é sagrada, e nunca deixará de existir segundo a vontade de Deus, mas está altamente atacada e ameaçada em seus valores básicos. Que cada cristão a defenda!

*Referência:

http://www.aleteia.org/pt/sociedade/artigo/feminismo-ideologico-um-passo-a-mais-na-desconstrucao-da-pessoa-5885890895282176


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino