Conheci um jovem, esses dias, que ao narrar seu encontro pessoal com Deus e as experiências vividas na ocasião, dizia-me sentir saudades daquele tempo e pedia-me ajuda para retornar àquele momento. Ao falar, seus olhos encheram-se de lágrimas; percebi que havia verdade em suas palavras. Fiquei pensando: “Por que, mesmo depois de experimentar de maneira tão intensa o amor de Deus, distanciamo-nos de Seu coração e damos uma de ‘filho rebelde’, indo em busca da liberdade ilusória que a mídia prega?”.
Por que abandonamos Deus?
Sei que são várias as causas que podem levar um filho de Deus a desconsiderar Seu amor, mas me detenho agora nesta, que é exatamente o fato de nos deixarmos levar pelos sentimentos; assim, quando eles nos faltam, achamos que Deus já não nos ouve, e simplesmente o abandonamos.
Monsenhor Jonas Abib sempre nos lembra que o homem de fé não se prende aos sentimentos, ele mesmo testemunha sua luta neste sentido: “O que faço não é pelo que sinto, mas sim pela fé. Isso exige luta, e que luta! Minha vida é 90% de transpiração e somente 10% de inspiração”. Bom, se com o Monsenhor Jonas é assim, não posso esperar que comigo seja diferente!
Os sentimentos passam e quase sempre me traem. O que me garante a vitória e me faz continuar caminhando é somente a fé. Se você está pensando como aquele jovem em voltar, este é o dia! Vencer seus sentimentos e dar passos na fé, rezando com ou sem vontade, é o maior desafio agora! E rezar sem vontade é grande prova de amor a Deus, manter as práticas de piedade, mesmo quando a alma está em estado de aridez, é mérito de poucos.
Dicas de como retomar
Às vezes, a leitura de um bom livro pode ajudar, algumas jaculatórias também, por exemplo: “Jesus eu vos amo de todo coração!”. E quando não conseguimos ainda rezar assim, podemos, ao menos, despertar em nós o desejo de amar dizendo: “Jesus, eu gostaria de poder amar-Vos de todo coração!”. Os santos garantem, por meio de seus escritos, que, quando nossa alma se encontra no estado de aridez, Deus duplica o valor de cada um de nossos esforços.
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Penso que aquele jovem da parábola do Filho Pródigo voltou para a casa do pai, porque não sentia somente fome de pão, mas a confiança que tinha no seu amor. Ele sabe que o pai é bom, já havia experimentado seu amor um dia. Você também já conhece e experimentou como o Senhor é bom e sabe perdoar.
É hora de retornar, voltar ao coração de Deus! Rezarei por você, assim como estou rezando até hoje por aquele jovem.