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A Igreja faz oração pelos mortos

A tradição da Igreja sempre nos exortou a fazermos oração pelos mortos

Papa João Paulo II, no Dia de Finados, em 1997, disse na Alocução Mariana: “”A tradição da Igreja exortou-nos sempre a fazermos oração pelos mortos. O fundamento da oração de sufrágio encontra-se na comunhão do Corpo Místico. Por conseguinte, recomenda a visita aos cemitérios, o adorno dos sepulcros e o sufrágio, como testemunho de esperança confiante, apesar dos sofrimentos pela separação dos entes queridos”” (LR, n. 45, de 10/11/91).

O Catecismo ensina: “”Reconhecendo cabalmente essa comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos” ”(Catecismo da Igreja Católica 958).

A Igreja faz oração pelos mortosFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Tradição e a oração pelos mortos

É interessante notar, nas Sagradas Escrituras, o pedido de São Paulo ao Senhor, para que Este conceda a Onesíforo encontrar misericórdia da parte do Senhor naquele dia!” (cf. 2 Tm 1,18). É uma oração por um defunto.

No início do século III, encontramos as Atas de Santa Perpétua de Cartago, na África, onde a mártir aparece orando por seu irmão Dinócrate, o qual morrera jovem: pedia que ele fosse transferido do lugar de padecimento em que se achava, para um “lugar de refrigério, de saciedade e alegria”. Finalmente, viu Dinócrate, de coração puro, revestido de bela túnica, a gozar de refrigério, saciedade e alegria, como uma criancinha que sai da água e se dispõe a brincar. (cf. Passio, S. Perpétua VIIs; PR, idem).

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Nesta mesma época, Tertuliano (†202), de Cartago, atesta o uso de sufrágios na liturgia oficial de Cartago, que era um dos principais centros do cristianismo no século III. Diz, por exemplo, que “durante a morte e o sepultamento de um fiel, fora beneficiado com a oração do sacerdote da Igreja”. ( De anima 51; PR, ibidem).

A Liturgia e a oração pelos mortos

Na primeira metade do século IV, o bispo Serapião de Thmuis, no Egito, compôs uma coletânea litúrgica, onde se pode ver a intercessão pelos irmãos falecidos: “por todos os defuntos dos quais fazemos comemoração, assim oramos: ‘”Santifica essas almas, pois Tu as conheces todas; santifica todas aquelas que dormem no Senhor; coloca-as em meio às santas Potestades (anjos); dá-lhes lugar e permanência em teu reino” (Journal of Theological Studies t. 1, p. 106; PR , 264,1982).

““Nós te suplicamos pelo repouso da alma de teu servo (ou de tua serva) N. ; dá paz a seu espírito em lugar verdejante e aprazível, e ressuscita o seu corpo no dia que determinaste”” (PR, 264,1982).

Acreditando na Comunhão dos Santos, a Igreja, desde sempre, fez oração pelos mortos.

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino