O drama da fidelidade

“Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’” (Jo 20, 28-29).

Nós, que hoje cremos em Jesus Cristo, somos os bem-aventurados, que creram sem ter visto. Somos bem-aventurados, pois recebemos de Deus a revelação do Filho de Deus e o dom da fé, para que, pelo seu Espírito possamos crer na Sua presença viva, que é fundamento da Igreja. Nele toda a Igreja se sustenta, Jesus é o alicerce desta construção, da qual somos pedras vivas. Esta Igreja é conduzida pelo Espírito para levar o Evangelho a toda a criatura, para os confins da Terra.

Como permanecermos fiel a Igreja de Jesus Cristo?

Tomé, que precisou ver o Senhor e tocar suas chagas, é a imagem do discípulo que não persevera na oração com a Virgem Maria. Ele não crê porque, apesar de ter recebido a Boa Nova do próprio Jesus e o dom da fé, não perseverou como outros discípulos. Mas, antes do Pentecostes, Tomé, que teve dificuldades para crer, uniu-se a João e aos outros discípulos, que estavam com a Virgem Maria, unidos em oração. Esta perseverança na oração com Nossa Senhora, juntamente com as demais pedras vivas da Igreja, é o segredo da perseverança na fé e no seguimento de Jesus Cristo (cf. At 1, 13-14).


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João é a imagem do discípulo fiel de Jesus, que permaneceu com Ele, ao lado da Virgem Maria, até mesmo nos momentos mais críticos da sua entrega na cruz. Aliás, João foi o único que não abandonou Jesus no momento crucial da sua na sua vida na carne aqui na Terra. Como João, somos chamados a permanecer junto à cruz de Jesus, com a Virgem Maria, perseverantes na oração. Pois, este é o modelo do discípulo fiel, que crê em Jesus Cristo, ainda que a cruz e a morte se mostrem sinais de fracasso, de desilusão.

Nós, cristãos, ainda que o sofrimento e as angústias sejam uma tentação para não acreditarmos na Palavra de Deus, devemos crer que a cruz não é a resposta definitiva. Cristo ressuscitado é o fundamento da nossa fé, ainda que Ele continue a manifestar-se entre nós através do mistério da cruz, do sofrimento. Confiantes que depois da cruz vem a ressurreição, nos unamos também a Mãe de Jesus em oração, para pedir um reavivamento do Espírito e, por Ele fortalecidos, sermos fiéis à missão que o Senhor nos confiou: “Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho” (Mc 16, 15).

Permaneçamos com Jesus Cristo, junto com o discípulo amado e a Virgem Maria, unidos em oração, perseverantes nos sofrimentos, pois a cruz é prenúncio da ressurreição. Por isso, perseveremos na fé e na esperança da vida em plenitude que o Senhor quer para nós. Cristo se faz presente em nós pelo Espírito, que age em nós e produz frutos de vida eterna. Somente conduzidos pelo Espírito é que poderemos realizar a maior obra de caridade possível, que é levar a Palavra de Deus, com eficácia, a todos a quem o Senhor nos enviar.