Sabendo da experiência com Deus, poderia o homem viver sem Ele?
A história da humanidade vive uma época de extraordinário desenvolvimento tecnológico, de uma nova experiência. As novas descobertas e avanços tecnológicos têm influenciado a maneira de viver e relacionar-se das pessoas. As descobertas no campo da medicina, por exemplo, têm possibilitado a cura de muitas doenças.
O advento da internet permitiu que as distâncias físicas não fossem mais barreiras para a comunicação, permitiu que a informação chegasse a toda parte, quase que instantaneamente.
São inegáveis os benefícios trazidos pelos avanços e descobertas científicas para a vida do ser humano, todavia, mesmo frente à evidente evolução tecnológica, a sociedade contemporânea convive com uma aterrorizante crise de sentido da vida.
A modernidade inaugurou um novo tempo na história da humanidade. O homem moderno desenvolveu-se no aspecto técnico e as funções que cada um exerce na sociedade ganhou grande destaque. O ser humano deixou de preocupar-se com o essencial da vida e fixou-se naquilo que é efêmero, que é “acessório”, arrogando para si o intento criador de toda a realidade, afirmando a autossuficiência da razão humana e postulando que todo conhecimento que não fosse passível de ser demonstrado cientificamente deveria ser considerado como dispensável.
Apoiado pelo mito da razão suficiente, o homem moderno passou a não mais considerar Deus como uma realidade necessária para sua vida. A felicidade e a realização pessoal passaram a ser buscadas tão somente nas realidades contingentes da vida. Deus, que outrora era tido como realidade essencial, foi reduzido a um acessório, que pode ser colocado de lado. Dessa forma, o ser humano acabou por encarcerar-se em si mesmo, negando uma das suas dimensões constitutivas.
A busca por relacionar-se com algo maior que si mesmo, algo que o transcenda, está presente em toda história da humanidade, nas diversas culturas e civilizações, comprovando que a abertura ao transcendente é característica do ser humano. O homem, ao fechar-se ao relacionamento com Deus, nega uma das suas dimensões constitutivas.
Viver em Deus é uma escolha que enche a vida de sentido
A experiência com Deus, por sua vez, torna-nos cada vez mais humanos. No entanto, essa experiência não é imposta; ela passa pelo encontro marcante com Jesus Cristo, Filho Eterno do Pai, que, no mistério da Encarnação do Verbo, fez-se homem; e conforme afirma o Concílio Vaticano II, revela o homem ao próprio homem.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que “o desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Ele não cessa de atrair o homem a si, e somente n’Ele o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar”. O encontro com Jesus transforma, torna a vida humana repleta de sentido.
A história comprova que o homem, ao afastar-se de Deus e adotar uma postura autossuficiente, perde-se nos limites da sua própria contingência. Santo Agostinho declara: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti.”
Leia mais:
::Minha maneira de comer influencia minha vida de oração?
::Jesus Cristo veio nos trazer vida em abundância
::A intimidade com Deus alimenta a vida religiosa?
::A cura interior gera um ambiente familiar saudável
O homem pode viver sem Deus? A resposta a essa pergunta dependerá da escolha que cada um faz para si. Contudo, viver em Deus é uma escolha que enche a vida de sentido e alegria, oferece ao homem a possibilidade de sonhar com uma realidade que ultrapassa os limites do nosso mundo, enche-o de esperança, pois abre para a perspectiva de que ele é criado para a eternidade, para o céu.
Fábio Luiz
Candidato às Ordens Sacras na Comunidade Canção Nova. Tecnólogo em Logística pela Universidade Paulista – UNIP, São Paulo (SP). Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP). Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário Pai das Misericórdias e Confessionários.