Nas comemorações da Semana Santa, a Igreja não esquece do sofrimento da Virgem Maria. O Papa São João Paulo II disse que “Maria foi a que mais cooperou com a obra da Redenção da humanidade realizada por Jesus”.
A Igreja celebra a festa de Nossa Senhora das Dores, porque Ela estava aos pés da Cruz de Jesus. E não apenas isso, Ela carregou a sua cruz durante toda a vida ao lado de Jesus. Dessa realidade, surgiu, na Igreja, a devoção riquíssima da meditação das “Sete Dores da Virgem Maria”, os momentos cruciais, martirizantes, que Ela viveu ao lado de Jesus:
1 – A espada de Simeão;
2 – o desterro para o Egito;
3 – a perda de Jesus em Jerusalém;
4 – o encontro com Jesus no caminho do Calvário carregando a cruz;
5 – a crucificação e morte de Jesus;
6 – Jesus morto em seus braços descido da cruz;
7 – sepultamento de Jesus.
Ninguém sofreu como ela
Meditando cada uma dessas dores da Virgem Maria, constamos que nenhuma mãe sofreu como Ela; por isso, pode ajudar a todos os que sofrem, especialmente as mães. Sobre isso escrevi um livro – “O socorro da Virgem Maria e suas sete dores”.
Com este título, nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do Corpo Místico de Cristo, a Igreja; isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria. É por isso que a Igreja coloca esta memória litúrgica da dor de Maria logo após a festa da Exaltação da Santa Cruz.
Jesus sofreu a Paixão, Nossa Senhora sofreu a compaixão. Por tudo o que Ela sofreu por amor de Seu Filho amado e por nós, a Igreja a tem como a “Consoladora dos Aflitos” e “Auxílio dos cristãos”.
Ela é a “Mãe de misericórdia, vida doçura e esperança nossa salve”. É a Ela que vamos “suspirando e gemendo nesse vale de lágrimas” que o pecado transformou esse mundo. Ela “volve a nós pecadores os seus olhos misericordiosos” e tem compaixão de nós. Assim como Ela acompanhou Jesus no caminho do Calvário até o Gólgota, nos acompanha também em nossas lutas, tentações, aflições e sofrimentos de toda ordem.
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Promessas para quem honra as dores e lágrimas de Maria
Ela não tira de nós as cruzes de cada dia que Jesus mandou que carregássemos, mas as carrega conosco. Assim como uma mãe que põe açúcar no remédio amargo para que a criança a beba; Ela alivia as nossas cruzes.
Ninguém esteve tão perto de Jesus; ninguém sofreu tanto como Ela. Contemplar as suas dores, mirar as suas lágrimas, é haurir lições e graças preciosas, assim como contemplar a Via-Sacra de Jesus.
Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, em cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas. Eis as promessas:
1 – Porei a paz em suas famílias;
2 – Serão iluminados sobre os divinos mistérios;
3 – Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los em suas aflições;
4 – Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas;
5 – Defendê-lo-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida;
6 – Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima;
7 – Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.
A força, o amor e o consolo
A devoção a Nossa Senhora das Dores é das mais ricas. Venerar a Rainha dos Mártires é receber o dom da fortaleza para as lutas da vida. Meditar as dores de Maria nos faz crescer no amor para com Ela, assim como meditar a Paixão do Senhor nos faz amá-Lo mais, contemplar as lágrimas de Maria nos consola.
Nossa Senhora é rainha dos Mártires, pois, mais do que todos eles, testemunhou Jesus até o fim. Já nos primeiros séculos, sob a terrível perseguição dos romanos, os cristãos se refugiavam sob a proteção da Mãe de Deus. A oração mais antiga dirigida a Ela, que se conhece, é aquela que os cristãos e mártires rezavam em Alexandria, já no segundo século: “Debaixo da Vossa Proteção nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre dos perigos, Virgem gloriosa e bendita. Amém”.
Santa Teresinha disse: “Não tenha receio de amar demasiadamente a Santa Virgem; tu nunca conseguirás amá-La como Ela merece e Jesus ficará muito contente com este amor, pois a Santa Virgem é Sua Mãe”.
A Imagem de Nossa Senhora das Dores, esculpida por Michelangelo, exprime o momento mais forte de suas dores, com Cristo morto nos seus braços. O Papa São Pio X fixou esta data de 15 de setembro para a festa no Calendário litúrgico.
Acesse o site do Santuário do Pai das Misericórdias: paidasmisericordias.com