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Na Visitação, quais são as virtudes que a Virgem nos ensina?

Iluminados pela Sagrada Escritura, recordemos os passos da Virgem Maria ao receber do Anjo Gabriel a notícia de que Isabel, sua prima e de idade avançada, estava grávida: “Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril” (Lc 1,36).

Para melhor compreensão, é preciso saber o conceito de virtudes:

Do latim virtus, o conceito de virtude faz referência a uma qualidade positiva que permite produzir certos efeitos. Existem diversos usos do termo relacionados com a força, o valor, o poder de fazer, a eficácia de uma coisa ou a integridade de espírito/alma. Uma virtude é uma qualidade estável da pessoa, seja natural ou adquirida. Existem virtudes intelectuais (vinculadas à inteligência) e virtudes morais (relacionadas com o bem). (1)

No Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1833, nos diz que a virtude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem. Também é importante considerar as três as virtudes teologais: fé, esperança e caridade, que são infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano (Cf.: CIC 1813).

Créditos: Wesley Almeida/cancaonova.com

Três aspectos das virtudes de Nossa Senhora

Porém, vamos refletir o que acontece na visitação, quais os motivos que fez Maria ir ao encontro de Isabel e quais as virtudes que se destacam?

Consideremos 3 três aspectos:
1 – A experiência pessoal com Deus — a atitude de Maria é, antes de tudo, fruto da sua experiência pessoal com Deus, em toda a sua jornada de vida alimentou n’Ele a sua , mesmo em meio às duras provas.

2 – A graça de Deus — a Virgem Maria foi escolhida e agraciada por Deus para ser a Mãe do Salvador de toda humanidade. Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo” (Lc 1,31- 32)

3 – A ação do Espírito Santo — sem compreender qual seria e como se cumpriria os desígnios de Deus na sua vida, pela fé, dom dado gratuitamente por Deus, acreditou e, docilmente, acolheu e disse “Sim”. Para que as virtudes se tornem ações, requer a cooperação do Espírito de Deus. Maria foi plena do Espírito Santo: “O anjo respondeu-lhe: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus'” (Lc 1,35).

A virtude da caridade

Maria, uma judia que praticava a religião hebraica, professava a sua fé no Deus único e verdadeiro. Isso se comprova antes do cumprimento da profecia de Isaías: «A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel» (Is 7,14), ou seja, antes de conceber Jesus em seu ventre, Maria amava o único Deus de todo o seu coração.

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A essencial, fundamental, determinante — e que a partir dela se alcança todas as outras virtudes —, é a caridade.
Na visitação, é notório que as atitudes de Maria partem da virtude da caridade, que é a excelência, a sublime ação da Trindade, o amor do Pai e do Filho, que é o Espírito Santo que age em toda criação, que cria e recria, que transforma…

Desse modo, a exemplo de Maria, podemos galgar e atingir degraus mais elevados, ou seja, as outras virtudes, tais como o conhecimento, o domínio de si, a perseverança, a piedade …

A virtude do amor

Percorrendo o texto da visitação e partindo do amor da Virgem Maria a Deus, no seu entendimento (razão) e iluminado pelo Espírito Santo, tem a clara e real consciência do valor de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus e que, na sua dignidade, precisa ser amado, seja por empatia ou não.

A virtude do amor em Maria é um movimento que parte do coração, do interior da alma, que gera intimidade, liberdade, comunhão, profundidade, sensibilidade apurada — que chega aos ouvidos do coração com uma escuta afinada à vontade e direção de Deus que a leva a obedecer. O amor que faz-nos crescer na profundidade e fidelidade a Deus, é um movimento do interior para o exterior que impele Maria a dar uma resposta ativa, que se evidencia e torna frutuosa as suas ações e que faz Maria ir ao encontro.

A virtude da humildade

Também percebemos a virtude da humildade e prontidão, pois Aquela que acreditou no Senhor foi às pressas ao encontro de Isabel sem fazer cálculos do longo percurso e que subiria uma montanha com os desafios próprios de um terreno íngreme.

Maria entra na casa de Zacarias, sem melindres e protocolos, o amor vê a necessidade do outro e age com liberdade assertiva, a ponto de entrar e ir ao encontro de Isabel, demonstrando a virtude da fraternidade e da generosidade ao oferecer a ajuda pelo tempo que precisasse.

Com a graça do Espírito Santo

Junto com as virtudes de Maria vemos também a sua disponibilidade, o acolhimento e a escuta de Isabel, o partilhar da graça do Espírito Santo e da alegria que leva na Isabel: “(…) Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: ‘E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio'” (Lc 1 41-44).

Notamos todas essas virtudes de modo claro na Visitação de Maria. Podemos também seguir os passos de Maria? Sim, podemos; e para isso contamos com o auxílio do Espírito Santo, o protagonista que se permitirmos pode agir na nossa história, realizando uma renovação espiritual capaz de nos tornar santos, de modo a cantar como Maria e Isabel cantam as misericórdias e as alegria no Senhor.

fonte: conceito.de
link: https://conceito.de/virtude

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