Protagonistas do amor

Quando a vida se torna ficção

Os grandes roteiros de ficção começam a partir de um acontecimento marcante na vida

Há muitos filmes de ficção que parecem nascidos de fatos verídicos. Quando terminamos de assistir a muitos deles, chegamos mesmo a duvidar de que tal história nunca tenha existido. Os papéis foram tão bem interpretados, a música casava-se perfeitamente com as cenas, a iluminação e as paisagens onde ocorreram as filmagens chegavam a beirar a perfeição! Cada gesto e expressão facial dos atores expressavam uma verdade que poderia enganar a pessoa mais esperta.

As dores do crescimento

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Essa realidade dos filmes de ficção é vivenciada por muitas pessoas que criam para si mesmas verdadeiros roteiros de um mundo que não existe. Nessa trama que compõe o roteiro de suas vidas, ganhariam facilmente o Oscar de melhores atores e atrizes.

É complexo definirmos quando começa o processo de criação de um roteiro de ficção na vida. Geralmente, ele é desenvolvido a partir de uma grande dor ou perda. Interessante notarmos que os grandes roteiros de ficção começam, justamente, a partir de um acontecimento marcante na vida.

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O que torna a vida uma ficção

Quando a pessoa se torna incapaz de viver a realidade de suas dores e traumas, cria um mecanismo que desenvolverá, em seu sistema psicológico, realidades ficcionais; criam para si um papel que não existe na realidade e interpretam de maneira tão sofisticada aquilo em que acreditam, que é preciso muita perspicácia para descobrir onde termina a verdade e onde começa a ficção.

É preciso termos cuidado nesses papéis que vamos assumindo ao longo do nosso roteiro existencial. Alguns atores acreditam que não são amados e vivem em um mundo que não tem mais sentido para eles. Perderam o roteiro principal da vida, no qual foram criados para amar e serem amados. Assumiram um personagem que não representa a verdadeira realidade da vida.

Somos protagonistas do mundo que criamos para nós mesmos. Nas tramas da vida, o melhor Oscar que podemos receber é o de sermos protagonistas do amor.

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Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é pároco da Paróquia São José, em Toledo (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor de livros publicados pela Editora Canção Nova, além disso, desde 2011,  é colunista do Portal Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: @peflaviosobreirodacosta.