As pessoas são boas e gentis, mas cometem erros
Quanto mais faço a experiência de conhecer as pessoas, tanto mais acredito no ser humano. À medida que vou me descobrindo e descobrindo os outros, mais se torna forte em mim a certeza de que as pessoas – essencialmente – são boas.
Todos nós recebemos de Deus muitas capacidades, e podemos fazer coisas boas, todos somos capazes de acertar. O homem é uma criatura fantástica, dotada de inteligência, bondade, sensibilidade, entre outras virtudes, que, se estimuladas de maneira correta, assumem uma fecundidade surpreendente.
Busca pela felicidade
Acredito que ninguém erra porque quer, e ninguém é infeliz querendo sê-lo, com consciência disso. Todos querem ser felizes, e é impossível que alguém goste de ser frustrado, entretanto, nem todos sabem realmente qual caminho trilhar para alcançar a felicidade.
A mentalidade vigente (paganizada e hedonista) ilude por demais as pessoas: há pessoas vivendo o adultério, perversões sexuais, vícios etc., acreditando cegamente que estão certas e que esse é o caminho para a felicidade. Isso porque aprenderam a vida toda que o que importa é somente o prazer “a todo custo” e que é somente este vai lhes trazer a verdadeira alegria.
Em tal busca, muitos acabaram errando e encontrando a infelicidade como recompensa, contudo, no fundo de seus corações, sempre existiu um autêntico desejo de felicidade.
A presença do amor
Neste anseio de compreender os erros e contradições do ser humano, também é necessário avaliar a formação familiar de cada indivíduo. É difícil para um pai, educado à base de pancadas, entender que é, com amor, que se educa um filho; e mesmo quando entende, é necessário um esforço enorme para que consiga expressar esse amor. Para quem nunca recebeu amor, amar e deixar-se amar acaba tornando-se uma “violência”, ainda mais se essa pessoa não tem uma concreta experiência do amor de Deus.
Pessoas que tiveram histórias duras e de desamor, muitas vezes, até tentam amar, mas não o conseguem. Tentam externar o amor, mas acabam por encontrar-se encarceradas no território da própria limitação.
Pessoas assim amam como sabem, como hoje são capazes, mas amam.
Leia mais:
.: Como aceitar nossos erros
.: Temos reconhecidos os nossos erros?
.: É possível aprender com os próprios erros?
.: Que pecados podem matar fé?
Seja gentil e amável
Muitos dos que hoje são considerados maus acabaram ficando assim em virtude das influências que sofreram. Outros também se sentiram como que “obrigados” a ser maus, por medo (sentimento de inferioridade) de ser massacrados pela vida e pela sociedade.
Há quem acorde de madrugada, trabalhe o dia inteiro, depois enfrente o trânsito estressante de uma grande cidade; e quando chega em casa, à noite, não consegue ser gentil com os seus, como, muitas vezes, gostaria de ser. Entenda-se bem: nossos problemas não podem se tornar justificativas para nossos erros, mas não se pode negar que estes são uma realidade que influencia nosso comportamento.
Isso nos leva a uma compressão do ser humano mais encarnada e misericordiosa, levando-nos a entender o coração antes de condenar a atitude.
Viva sua religião
Viver bem o Cristianismo é lutar cotidianamente para entender as pessoas sem se fixar na superfície, na aparência, procurando compreender o porquê de cada atitude e reação.
Mais uma vez ouso dizer: muitos não são ruins porque querem. Inúmeras vezes, existem fatores condicionantes que levam as pessoas a agir como agem, fatores estes que podem ser desmistificados e até mesmo extirpados com um pouco de paciência e compreensão.
Todos são – em sua essência – bons, mas nem todos sabem disso. Eis aí uma bela forma de ser cristão: levar as pessoas à consciência do valor que possuem, fazendo-as acreditar na vida e nas próprias potencialidades (à luz da Graça).
Assim daremos à esperança o direito de se estabelecer vitoriosa, dando à vida a oportunidade de ser mais compreendida e amada no seu real.
Equipe de colunistas do formação