Existem dois tipos de febre amarela: a urbana e a silvestre
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos. Geralmente, quem contrai esse vírus não chega a apresentar sintomas ou eles são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
Foto: RolfAasa by Getty Images
A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de alguns países da África, e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres.
Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 16 de janeiro de 2017 foram notificados 152 casos de febre amarela (FA), com 47 mortes com suspeita da doença, em 26 municípios do Estado de Minas Gerais. Até o momento, existem 37 casos prováveis de febre amarela silvestre com 22 óbitos prováveis.
Até fevereiro de 2017, o número de casos suspeitos do surto chegou a 1.170 em todo o Brasil, sendo o maior índice no Estado de Minas. Outros casos de mortes confirmadas pelo vírus foram no Espírito Santo e São Paulo. Os Estados da Bahia e Tocantins receberam notificações de suspeita da doença, e estão sob investigação. Esse é o maior número de casos desde que começaram os registros há 37 anos, informou o Ministério da Saúde.
Ciclo silvestre
No ciclo silvestre, em áreas florestais, o transmissor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa, que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela, circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.
Meio urbano
Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível por meio da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas. Estas, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida por meio do “fumacê”. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
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Quais são os tipos de febre amarela?
Existem dois tipos de febre amarela: a urbana e a silvestre. A urbana, desde 1942, não ocorre no Brasil, enquanto silvestre é encontrado no vírus amarílico nos macacos que vivem nas matas. Quando o mosquito Aedes Haemagogus, que só vive na floresta, pica o macaco e depois pica o homem que está na mata, este homem vem para a cidade e é picado pelo Aedes aegypti, que se infecta e passa a transmiti-lo às pessoas.
O foco da transmissão está no Espírito Santo e também em Minas Gerais. A preocupação da Organização Mundial de Saúde é que a doença se espalhe para outros Estados por causa de viagens, como as férias e o Carnaval.
Por isso, é importante que todos os profissionais estejam atentos para detectar pacientes com suspeita de febre amarela procedentes de regiões onde estejam ocorrendo casos da doença e também orientem a população quanto à indicação de vacinação.
O Ministério da Saúde recomenda vacinação contra febre amarela com, pelo menos, dez dias de antecedência, a partir de 9 meses de idade aos indivíduos que se deslocam para as áreas de risco, assim como adeptos do ecoturismo ou turismo rural, e trabalhadores que adentram as matas da região.
No Brasil, há uma extensa área de recomendação para vacinação contra febre amarela, incluindo o Distrito Federal e vários Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Maranhão e Minas Gerais; bem como parte dos Estados da Bahia, Piauí, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Mais informações podem ser obtidas nos sites oficiais do Ministério da Saúde ou por meio dos endereços eletrônicos gt-arbo@saude.gov.br ou notifica@saude.gov.br e/ou pelo telefone (61) 3213-8181.
Fonte: portalsaude.saude.gov.br