Todo dia é assim: você acorda na mesma hora, toma banho apressado, senta no mesmo lugar à mesa, toma café olhando mais para o relógio do que para qualquer outra coisa. Depois de um “Tchau, mãe! Estou indo”, você sai correndo para pegar o ônibus, pois não o pode perder. Diga-se de passagem, no mesmo ponto e no mesmo horário. Encontra-se, quase sempre, com as mesmas pessoas, as quais, aliás, fazem a mesma coisa todos os dias. Esse é o início do dia de milhões de brasileiros. Talvez, o seu não seja assim, mas, afinal, quem de nós não tem uma rotina?
Até aí tudo bem. O problema está em deixar-se levar pela rotina e perder algo maravilhoso: a sensibilidade ao dom de Deus. Coisas novas acontecem todos os dias e as mesmas pessoas têm atitudes e dão respostas diferentes diante de situações semelhantes. Perceber e acolher isso é uma graça. Tarefa difícil, principalmente para os que se dizem de temperamento agitado, devido ao acúmulo de coisas a fazer — ou porque achem tudo normal —, e não veem mais diferença nos detalhes.
Pense um pouco no quanto foi importante receber aquele sorriso naquele dia, aquele telefonema exatamente naquela hora. Aquele olhar que, mesmo sem palavras, disse tudo. Como fazem diferença esses pequenos detalhes em nossa vida! Eles quebram a rotina e dão um colorido especial aos nossos dias. Que o digam os namorados! Quantas “briguinhas” teriam sido evitadas, se ele tivesse percebido que ela cortou o cabelo, escovou-os ou fez seja lá o que for para lhe chamar a atenção!
Créditos: by Getty Images / deberarr / cancaonova.com
A força do hábito
Vivemos na era do imediatismo, da pressa. Tudo é automático, rápido e prático, mas com a gente deve ser diferente. A força do hábito não pode nos dominar.
Nesses dias, conheci uma fábula que me fez pensar no assunto, que partilho agora com você:
Conta-se que havia, na região, um homem rico e inteligente. Ele gostava de dar bons conselhos, mas nem precisava, pois sua própria vida já era um exemplo a ser seguido.
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Até que, um dia, um sábio, passando pela região, contou-lhe um segredo que mudaria sua vida. Disse-lhe que, ali perto de sua propriedade, havia um rio com várias pedras em seu leito, e que uma delas escondia um poder mágico, porque tudo o que nela tocasse viraria ouro.
Para encontrá-la, só teria um jeito: tocar nesta pedra, pois, aparentemente, todas eram iguais; esta, no entanto, transmitiria um calor a quem a segurasse na mão. O homem não perdeu tempo, vendeu tudo que tinha, armou uma cabana no leito do rio e começou a pegar uma pedra após outra, depois, outras mais, e jogá-las novamente na água. Passava os dias inteiros nesta tarefa, até que isso virou um hábito, uma rotina para ele!
Até que, finalmente, numa bela manhã, encontrou a tão procurada pedra. O pior é que, pela força do hábito, também a jogou de volta no rio. Quando percebeu que a mão havia esquentado, já era tarde demais!
Valorize os detalhes!
Muitas vezes, fazemos a mesma coisa: “jogamos fora” aquilo que mais procurávamos por insensibilidade ou força do habito, e só percebemos isso depois.
Acredito que cada acontecimento, mesmo que seja o mais comum, traga-nos algo diferente e belo. Nenhum dia é igual ao outro, nenhuma pessoa é igual à outra, por isso, não podemos nos deixar levar pelo hábito, pelo costume, muito menos pela insensibilidade.
Depois que conheci essa fábula, tenho dado mais atenção aos meus hábitos. Se quiser, faça o mesmo. Provavelmente, terá boas surpresas. Não somos máquinas programadas para fazer determinadas tarefas, temos sentimentos, capacidade de amar e perceber a beleza da vida por mais difícil que ela seja.
Hoje, procure dar mais atenção às coisas e às pessoas que o cercam, valorize os detalhes! Transpor a força do hábito e ver a beleza que se esconde no ordinário do dia a dia é uma arte. Deus já o fez artista e já o capacitou. Vamos à luta? Estamos juntos!
Equipe Formação Canção Nova
