O perdão é condição fundamental. Urge fazer essa experiência e dar a Deus a chance de abrir as válvulas de nosso coração e “desprender” o perdão. Todos nós passamos por situações dolorosas que nos marcam muito. Por isso, ficamos magoados. São situações que envolvem pessoas, instituições, acontecimentos. Pode ser até que tenhamos nos magoado com Deus. Quantas vezes perguntamos: “Por que Deus fez isso? Por que Ele me colocou nesta família? Por que me tirou um ente querido? Por que levou para longe alguém que eu tanto amava?” Tantos são os porquês!…
São situações que não aceitamos, não conseguimos entender, por isso ficamos magoados com Deus. Talvez até pensemos que nosso motivo seja justo, mas veja bem: esse “ficar sentido com Deus” é como um coágulo dentro das veias do nosso coração: ele impede o fluxo de sangue. A falta de perdão impede a graça de Deus.
Para muitos de nós, é difícil perdoar, porque isso implica tocar nas feridas e mexer em situações dolorosas. Implica abrir o coração e remexer no “lixão” da nossa vida. Seria mais fácil não tocar em nada disso! Mas imagine conservar uma lata cheia de lixo durante um mês dentro da sua casa! Ninguém iria aguentar o mau cheiro.
Convite ao perdão
É isso que acontece conosco, e nos tornamos pessoas difíceis; talvez, as mais difíceis em nossa casa. Sabe qual é a causa disso? Mágoas e ressentimentos: a falta de perdão que carregamos conosco.
Por isso, Deus quer nos libertar! Quer “arejar a casa”. Jogar fora o lixo significa colocá-lo aos pés da cruz de Jesus, para que possa ser queimado. O lugar desse lixo não é seu coração, é o pé da cruz de Jesus. Não é seu coração, é o coração de Jesus.
Esse convite ao perdão não é uma imposição. Você poderia dizer: “Além de tudo que eu já passei, ainda sou obrigado a perdoar?!” Não! Deus quer lhe dar a graça de retirar de seu coração tudo o que está estragado. Lembre-se: Deus é amor! Somos Sua imagem e semelhança. Por isso, dentro de nós só podem ficar o amor e o que ajuda a amar. Aquilo que é contrário ao amor é tóxico, venenoso.
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É preciso viver o perdão em sua plenitude. E para viver bem essa proposta, é preciso ter fé e confiança em Deus. Infelizmente, acabamos separando as duas coisas. Compreenda: são graças que se complementam. Uma é ligada à outra. A fé nos leva à confiança, e a confiança, para existir, exige a fé.
Texto extraído do livro “Considerai como crescem os lírios!”, de Monsenhor Jonas Abib.