Caro internauta, se você achou curioso o título deste artigo: “Será que eu não estou jogando porcos às pérolas?”, ou pensou que houve algum equívoco com ele, já informo, desde o início, que não. Mais adiante você o entenderá melhor.
Certa vez, estava lendo um trecho de um livro interno da Comunidade Canção Nova, chamado: “Nossos Documentos”; e, durante aquela leitura, ocorreu-me um pensamento que gostaria de partilhá-lo com você.
No documento em questão, monsenhor Jonas Abib testemunha que: uma das coisas mais lindas que lhe aconteceu foi a descoberta de que a Canção Nova é, verdadeiramente, uma obra pensada e realizada pelo próprio Deus. Essa constatação não se deu de uma hora para outra, pelo contrário, pouco a pouco ele foi percebendo os sinais da manifestação de Deus, por meio desse carisma em sua vida e na vida dos que lhe cercavam.
Monsenhor Jonas afirma: “eu não queria ‘dar pérolas aos porcos'”
Ele ainda nos conta que, no início, sua reação primeira foi a de hesitação ao apresentar a Canção Nova como uma obra de Deus. Isso se deve pelo temor que ele tinha de ser mal interpretado pelas pessoas. Para ele, o carisma Canção Nova era um dom tão precioso quanto [ou maior que] uma valiosíssima joia de família e, por isso, tomava o cuidado de afastar qualquer possibilidade que pudesse causar mal entendidos acerca do que lhe era tão caro: o carisma Canção Nova. Diante disso, monsenhor Jonas afirma: “eu não queria ‘dar pérolas aos porcos’, daí a minha
hesitação”.
A pessoa é o mais importante
É compreensível, assim como fez o monsenhor Jonas, dedicarmos maior cuidado àquilo que consideramos mais valioso. Agora, imagine o seguinte, se um carisma pensado por Deus é valiosíssimo, imagina quanto vale o ser humano que porta esse carisma! É certo que o ser humano vale muito mais, ele é a pérola mais valiosa, a mais rara, a mais cara.
Isso nos leva a concluir que não foi o ser humano criado em vista do carisma, mas o carisma é que foi criado em vista do ser humano, da pessoa. Sem a pessoa, o carisma perderia seu motivo de existir. Portanto, a pessoa possui um valor ainda mais elevado do que o próprio dom recebido. É nesse ponto que eu pretendia chegar. Não querendo desmerecer o valor do dom recebido por Deus, na realidade, a pérola maior nem é o carisma, e sim a pessoa para quem o carisma foi criado.
Quando Deus nos chama a exercer algum ministério, ou seja, um serviço na Igreja, nunca podemos nos esquecer de que o mais importante é a pessoa, ou melhor, sua salvação. Assim, Deus não nos dá um dom ou um carisma para sermos mais amados; mais admirados, elogiados e aparecidos; pelo contrário, ele nos concede um dom para sermos servidores: nos colocarmos à disposição do irmão, daquele que está mais próximo de nós.
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O nosso dom precisa estar sempre em função do outro
Porém, a mesma pessoa que porta o dom, também porta fraquezas. Todas as vezes que nos esquecemos de que a pessoa é o mais importante, corremos um sério risco de jogarmos “porcos às pérolas”. Em outras palavras, se nos esquecemos de que o dom recebido de Deus precisa estar sempre em função do outro, ou seja, o melhor de nós deve estar à disposição do irmão, ao invés de oferecermos ao próximo o dom estaremos oferecendo, até com boa intenção, o pior da nossa humanidade: nossas fraquezas, nossa vaidade, autossuficiência, maldade, nosso egoísmo e todas as outras coisas que gerarão tantas outras, menos a salvação.
O outro, o irmão, o próximo, a pessoa, é sempre o maior dom que Deus criou. Coloque o carisma que Deus te confiou em função do outro. Faça isso o quanto puder! Jamais ofereça o pior de você ao próximo, quer dizer, jamais jogue “porcos às pérolas”. Mesmo se os porcos não as comerem, as deixarão emporcalhadas.
Caro internauta, Deus está nos dando, no dia de hoje, a preciosa oportunidade para reavaliarmos o que estamos fazendo com o dom que recebemos d’Ele.
Deus abençoe você e até a próxima!