Muitos de nós associam o amor a um sentimento, ao prazer de estar com alguém, à sensação boa que isso pode causar. Muitos até prometem amor eterno – “amarei você para sempre!” –, mas, meses depois, esse dito “amor” é dissipado. Muitos falam “eu te amo” sem, de fato, entender a profundidade dessa palavra, sem entender a profundidade do amor. Por isso, todos nós somos convidados ao amadurecimento do amor.
Amadurecer para poder, de fato, compreender o verdadeiro sentido e a verdadeira essência dessa palavra. Dostoiéwski diz: “amar significa ver a outra pessoa assim como Deus a pensou”. Você já pensou como é grandioso olhar o outro com os olhos do próprio Deus? Será que fazemos isso quando nos esbarramos com as misérias e as incapacidades do outro? Ou nossa tendência é descartá-lo? Temos o mau costume de chamar amor aquilo que não o é, e isso tem ferido nosso coração e nossa alma.
Amar não é a satisfação de meus desejos e anseios, amor é um caminho de renúncia, de sacrifício e entrega pela pessoa amada. Como Jesus fez por nós, sacrificando-se e entregando-se por amor. Jesus cumpriu, de fato, na plenitude, o verbo amar.
O amor nos convida ao amadurecimento
Hoje, na minha vida, em tantas circunstâncias, Deus me tem convidado a um amor maduro, que não espera recompensas nesta terra, porque sabe que o “amor é uma atitude de fomento da existência do outro. É propiciar o fortalecimento do outro” (Olavo de Carvalho). Amar é conduzir o outro à eternidade, e esse caminho é lindo, sim, mas exige amadurecimento, exige entrega, acolhimento e oferta, exige, sobretudo, mudança. Por ser amado e amar, isso nos faz mudar, faz-nos alargar a visão e o coração para acolher o que é diferente de nós.
Hoje, precisamos tomar posse de que o amor passa, sim, por sentimentos, mas ele não fica parado neles, ele nos movimenta e nos convida ao amadurecimento; no fundo, convida-nos a uma vida constantemente ofertada.
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Já pensou se alguém falasse apenas que o ama? Se essa pessoa apenas falasse sem colocar nenhum gesto ou ação nesse amor? O amor é ação! Então, não tem como amadurecer parado. Não tem como amadurecer se não existir movimento interno ou externo.
Talvez, hoje, precisemos amadurecer no amor, o qual, por vezes, é tão frágil e inconstante. Talvez, hoje, precisemos nos olhar e percebermos que nossas imaturidades têm sufocado o amor e impedido que ele cresça. Não percamos tempo! Não percamos as oportunidades que surgem de crescermos, de amadurecermos e, assim, consequentemente, amadurecermos o amor. Não é fácil, mas nada é mais recompensador do que amar e ser amado verdadeiramente. Busquemos a graça de Deus, pois é no amor d’Ele que encontraremos a fonte para todos os outros amores.
“A verdade é que o amor é a meta última e mais alta a que pode aspirar o ser humano.” (Viktor Frankl)