Projetos pessoais

O problema do autoboicote

Você, eu não sei, mas a maioria das pessoas entra no processo de autoboicote. Pense comigo: já observou que grande parte das pessoas idealizam bons projetos pessoais ano após ano, janeiro a janeiro, mas, ao chegar dezembro, percebem que seus planos não foram concretizados? Será que isso é azar? Preguiça? Metas irreais? Mau planejamento? Ou autoboicote?

Podemos dizer que, tirando o azar, acontece um pouco de cada coisa para que os projetos de vida não saiam do papel. Porém, só um está por trás de todos, e esse é o boicote. O ato de boicotar a vida é o mesmo que sabotar, dificultar ou prejudicar ações corriqueiras da vida por meio de resistência passiva.

O problema do autoboicote

Foto ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

O que significa isso de autoboicote? Eu faço de propósito?

Não, o boicote não é um ato consciente!

O ser humano aprende por repetição e é educado desde cedo. Quando criança, ainda não se tem maturidade, condições psíquicas de julgamento, afinal de contas, está aprendendo. No entanto, muitas formas de enxergar o mundo são aprendidas neste tempo de nossa vida e, assim, conduzimos esse olhar infantil para a adolescência, à vida adulta e até mesmo para a velhice sem amadurecer. Essa é a nossa construção cognitiva, nossa forma de perceber um mundo que nos frustra desde crianças.

Qual ligação isso tem com sabotagem e boicote?

O boicote nada mais é que essa forma “infantil” de reagir diante das dificuldades e frustrações do mundo adulto e sustentar “verdades” distorcidas ao nosso respeito, sendo uma forma de preservar e sustentar uma identidade construída. Por exemplo: quero passar em um concurso público, mas não acredito ter capacidade intelectual suficiente para isso. Com esse pensamento, e acreditando nele, nunca paro para estudar e me escondo em antigas desculpas. “Se eu tivesse dinheiro para pagar um bom cursinho, eu passaria no concurso”; “Não abro mão de sair com os amigos”; “Tenho de arrumar casa, trabalhar e, quando chegar à noite, só quero dormir”; “Acho que tenho hiperatividade, não consigo me concentrar, fico perdida nos estudos o tempo todo e não consigo aprender nada”…  Ao chegar no concurso, um fracasso; e, assim se passam anos e a pessoa valida aquela verdade inicial: “Eu nunca vou passar em um concurso, porque não sou capaz”.

Outro exemplo: “Nunca vou namorar, ninguém nunca vai se interessar por mim”. A pessoa que pensa assim acaba favorecendo situações para que o namoro não aconteça, como não se abrir aos relacionamentos, limitando muito seus pretendentes; torna-se uma pessoa fechada, rabugenta, não se arruma, não se sente bonita nem atraente. Ela não acredita que alguém possa, um dia, interessar-se por ela; assim acaba se boicotando, criando situações que não favorecem o despertar de interesse de outra pessoa por ela.

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Tenha um olhar atento

Essas formas de pensar não estão claras, são inconscientes. É preciso um olhar criterioso, cuidadoso e, por vezes, profissional para encontrar essas falsas verdades. São elas que, automaticamente, nos conduzem à preguiça, ao mal planejamento, à má execução do projeto pessoal, sem conseguir nunca fazer os projetos se tornarem realidade, entrando num ciclo de frustração a cada ano. Há pessoas que não conseguem nem ouvir falar sobre projeto de vida, metas, planejamento etc., pois tamanha são as frustrações sofridas.

No entanto, o convite que eu lhe faço é: descubra onde você está se boicotando e desative seu esquema de sabotagem para que sua vida decole e seus projetos sejam executados com toda a capacidade que existe em você. Acredite! É possível realizar projetos. Se você acha que sozinho não vai conseguir, procure ajuda profissional, mas não deixe mais um ano passar. Realize seus sonhos!


Aline Rodrigues

Aline Rodrigues Silva dos Santos é Brasileira, nasceu no dia 14/03/1983, em Ipatinga, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2010 no modo de compromisso do Segundo Elo.