Quando era militar participei de um “exercício de campanha”. A maioria dos jovens da minha turma nunca havia acampado no mato. Estávamos todos muito receosos. Afinal de contas, aquilo era um treinamento militar e profundamente austero; fomos submetidos ao frio da noite, ao calor intenso do dia, comíamos carne crua e coisas do gênero.
Providencialmente, a marcha era feita dois a dois, os mesmos dois que dividiriam a barraca à noite para dormir. O meu companheiro de marcha era um rapaz declaradamente ateu.
Chegada a hora de dormir, disse-lhe: “Vamos fazer uma oração pedindo a Deus que nos proteja, a barraca está cheia de aranhas, pode ser que também tenha entrado coisa pior”. Ele respondeu: “Pode fazer você mesmo”.
Nunca deixe de fazer sua oração
Fiz minha oração e virei-me para dormir. Passados alguns minutos, o rapaz, aos gritos, levanta-se num salto. Quando vimos, ali, no canto da barraca, havia uma cobra venenosa a dormir conosco. Foi aterrorizante! O rapaz viu a cobra passar-lhe pelo pescoço.
Atordoado pelo momento, quase que chorando de susto, ele apertava-me o braço e dizia: “Foi a oração que me salvou! Vamos agradecer a Deus pela nossa vida”. O choque da cobra exorcizou seu ateísmo.
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Precisamos fazer com o pecado o mesmo que aquele jovem fez com aquela cobra, mesmo aos gritos e sustos, reconhecê-lo; arrastá-lo para fora do nosso coração; arrebentá-lo e destruí-lo, ainda que movidos pelo susto de alguém que descobriu que fez de uma cobra o seu travesseiro.
“No meu amor e na minha ternura, eu mesmo te livrei do perigo. Durante o passado sustentei-te e amparei-te constantemente” (Is 63,9b).
Trecho extraído do livro “Quando só Deus é a resposta”