Caminho de vida
Em sua morte de Cruz, Cristo demonstra todo o seu amor por nós: “E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim” (Jo 12,32). Dando-se em Sacrifício por amor, Cristo nos atrai, nos resgata para si. Quando mergulhamos com a alma na riqueza deste gesto de Jesus, entendemos um pouco mais a profundidade da sua doação: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13).

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com
A mensagem da Cruz é para todos os tempos. É sempre uma novidade para nós olhar para Cristo e, mais do que entender, deixarmo-nos surpreender com o que Ele tem a realizar em nós a partir de sua Cruz.
A cruz: sinal de amor, confiança e vitória
Para os cristãos, a Cruz — símbolo de humilhação, tortura e objeto de intimidação do Império Romano — é sinal de amor, de confiança e vitória. É a certeza de que a morte foi vencida e de que o pecado não tem o poder de nos aprisionar. Ele foi derrotado na Cruz. Por suas chagas, fomos sarados A crucifixão de Jesus foi um ato solene de redenção que, com sua ressurreição, realiza de uma vez por todas o plano de salvação de Deus.
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No entanto, não podemos ignorar o sofrimento real de Jesus na Cruz. E aí está a grandeza desse sinal: na dor de Cristo, está a nossa alegria. O capítulo 53 do livro do profeta Isaías nos apresenta a figura do Servo Sofredor, atribuída a Cristo. O profeta fala de um homem de Deus que carregava em si os sofrimentos de outros.
Na Cruz, Jesus carrega todos os nossos sofrimentos
E que sofrimentos eram estes? Todos os que podemos imaginar! Ele toma nossas doenças, pecados, dores e mazelas para si, ou seja, leva sobre os ombros os sofrimentos que trazemos. Isaías deixa bem claro o que Jesus estava fazendo e qual era o intuito daquele sofrimento: “Fomos sarados com os seus ferimentos” (v.5). De fato, na Cruz não havia seleção. Eram, absolutamente, todos os sofrimentos humanos — de quem veio e de quem virá ao mundo — que estavam na Cruz de Cristo.
Portanto, a sua dor, seja ela qual for, até mesmo aquela que você ainda vai sentir, estava no madeiro. É por isso que não há mal que Jesus não possa vencer. E Ele fez tudo isso voluntariamente. Não foi uma oferta obrigatória. Por isso “não abriu a sua boca” (v.7), não reivindicou defesa. Nisso está o seu triunfo: em se entregar, em dar a vida. Assim, conquistou uma descendência.
A dor como meio de cura e transformação
A união no sacrifício de Cristo que vivemos, se unido à Cruz de Jesus, pode se tornar, para nós, motivo de alegria, salvação e libertação dos pecados dos quais somos reféns. O que nos cabe é não desperdiçar nenhum sofrimento. Deus quis que a dor fosse um meio de cura e transformação para nós.
Vejamos o Sermão das Bem-aventuranças: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem! Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu (Lc 6,20-23).
Experimente, hoje, entregar seus sofrimentos ao Crucificado!
Notemos que os bem-aventurados são os que passam por sofrimentos. Eles nos forjam a sermos melhores, configurando-nos a Jesus, dando-nos a capacidade de desejar o Céu e de não nos apegarmos a este mundo. Fazem-nos ver que a vida não se encerra aqui e que o sofrimento acontece na vida de todos, sem distinções, a fim de curar nossas almas, tornando-as mais aptas ao Reino.
Em Colossenses, Paulo afirma: “o que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne” (Cl 1,24). Claro que o sacrifício de Jesus é completo. Mas nossas lidas diárias, se colocadas em Deus, serão para nós e para a Igreja a participação no sacrifício do Senhor e, portanto, benefícios. Experimente hoje entregar seus sofrimentos ao Crucificado!
Elane Gomes
Membro Segundo Elo da Comunidade Canção Nova