Assim como toda ciência, a ciência da educação também vai evoluindo e desbravando novos horizontes para o desenvolvimento do ser humano. A educação contemporânea, cada vez mais, chega-se à conclusão de que trabalhar no aluno a inteligência das emoções é importantíssimo para a construção da paz e do progresso dos povos. No ambiente acadêmico, estuda-se a educação na perspectiva socioemocional, enquanto plataforma que facilita a convivência da criança na comunidade escolar e na sociedade como um todo, com suas peculiaridades e seus diversos estratos e camadas sociais.
Com esse conceito educacional, constrói-se uma abordagem do currículo escolar, tendo como essência desenvolver no aluno sua capacidade de identificar e refletir suas próprias emoções, afim de ser capaz criar relacionamentos positivos com as outras crianças (pessoas) e desenvolver e amadurecer seus afetos criando afinidades e sólidas amizades.
A boa convivência com o próximo
De alguma forma, a definição de educação socioemocional, quando inserida no contexto eclesial, ou seja, da Escola Católica, assimila a nuance e faz coro à tão conhecida e propagada máxima do Papa São Paulo VI, na Populorum Progressio “a Igreja deve ser perita em humanidade” (n.13).
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De fato, a abordagem da educação socioemocional tem como um de seus objetivos preparar a pessoa para uma reta convivência capaz de construir pontes entre as diversas realidades que cercam o ser humano. Nesse horizonte, a afirmação do Ir. Carlos Plaza traduz muito bem o perfil do educador: “o educador há de ser um edificador, um construtor da verdadeira humanidade. Há de proporcionar uma ajuda para a libertação do homem de todas as suas cadeias negativas interiores e exteriores, nas quais se vê envolto e não poucas vezes escravizado”.
Creio que podemos afirmar que a educação socioemocional vai na direção daquilo que o Papa Francisco aponta como riqueza do Pacto Educativo Global: constrói pontes, alimenta o diálogo e faz da educação instrumento solene e indispensável para o progresso social da humanidade e a formação sóbria e sólida das futuras gerações.
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Nesta perspectiva, conforme estudos, a educação contribuirá para a formação integral de crianças e jovens que irão adquirir competências e habilidades além do aspecto cognitivo da aprendizagem. A escola estará exercitando sua missão de formar pessoas sensatas, conciliadoras e promotoras da cultura da paz, do amor, da fraternidade. Em outras palavras, cidadãos construtores de um humanismo solidário que corresponda, conforme explica o Papa Francisco, “às expectativas do homem e aos desígnios de Deus”.
No exercício da educação socioemocional, o educador é aquele que serve de ponte no trajeto da existência. Seus alunos devem aprender a autogerir seus comportamentos e suas emoções. A busca pelo autoconhecimento, pelo autocontrole, pela autoconfiança e pela autonomia, faz emergir sentimentos de responsabilidade, tolerância, dentre outras habilidades intrapessoais.
De alguma maneira, a sociedade contemporânea pede uma mudança de mentalidade educativa, sem perder os fundamentos essenciais. Para isso, conforme adverte o Padre Rogério Ferraz de Andrade, é preciso recitar, todos os dias, o credo da educação que tem as seguintes evocações: “crer na pessoa, crer na possibilidade de um mundo novo e crer no futuro”.
A família sempre é a base
Entretanto, nesta arena educativa que passa pelas emoções que são, de algum modo calibradas pelos afetos, não se pode transgredir o valor fundamental da família. È nela que crianças e jovens aprendem a sacudir suas consciências para desinstalar toda forma de egoísmo e de trevas que alimentam vampiros e demônios existenciais que adoecem a alma e a inteligência das pessoas.
Viva a educação como ecossistema do saber e da ternura, da humildade e da sabedoria, da mansidão e da generosidade, da justiça e da perfeição, pois como diz o provérbio africano, tão caro ao Papa Francisco: “Para educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”. Afinal, isso é criar laço socioemocional.
Equipe Formação Canção Nova
