Nos textos dos Evangelhos, podemos perceber que Jesus tinha muita compaixão para com os enfermos, dadas as inúmeras curas realizadas por ele. O Filho de Deus, aliás, veio para curar o homem inteiro, corpo e alma. Jesus é o Médico de que necessitamos todos nós, doentes pelos pecados. Assim, esse sacramento se enquadra na categoria dos sacramentos de cura, assim como o da Penitência.
Engana-se quem pensa que Jesus curou apenas aqueles doentes que se encontraram com Ele no período histórico, quer dizer, aqueles poucos anos em que Ele andou no meio de nós. Seu amor de predileção pelos doentes jamais cessou ao longo do século e sua obra de cura e de salvação permanece viva no seio da Igreja até os dias de hoje.
Sendo assim, a verdadeira Igreja de Cristo crê e confessa que existe entre os sete sacramentos, um, especialmente destinado a reconfortar os que se encontram sob o tormento de alguma doença. Trata-se da Unção dos enfermos. Este sacramento, durante algum tempo também foi chamado de “Extrema unção” (“extrema unctio”), porém, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia fala da unção dos enfermos.
Um visão diferente dos doentes
Embora ele seja visto por alguns católicos com certa reserva, é preciso que saibamos que sua tônica não está voltada para aqueles que se encontram num estado de agonia prestes a morrer. É esta imagem um pouco exagerada que, talvez, crie esse preconceito contra o sacramento. Porém, não podemos nos esquecer de que o próprio Jesus convida os seus discípulos e, portanto, a todos nós, a adquirimos uma nova visão sobre a doença e sobre os doentes. A enfermidade pode ser bem vivida a partir do momento em que nos tornamos capazes de perceber que, até mesmo os sofrimentos que temos que suportar, podem ter sentido: completar na nossa carne o que falta às tribulações do corpo de Cristo, ou seja, sua Igreja (cf. Cl 1, 24).
A Unção dos enfermos, pela qual a Igreja apresenta ao Senhor Sofredor os fiéis doentes, a fim de que eles sejam aliviados e salvos, é conferida após ungir o doente com óleo e proferir as palavras prescritas nos livros litúrgicos. Assim, a matéria para que o sacramento aconteça é o azeite de oliveira benzido pelo Bispo na Santa Missa Crismal da Quinta-Feira Santa. Trata-se da mesma celebração em que também são bentos os óleos o Santo Crisma (óleo usado para ungir os crismandos) e o óleo dos Catecúmenos (usado no sacramento do Batismo).
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Como acontece o ritual da Unção dos enfermos
Embora a Igreja permita usar outro tipo de óleo de origem vegetal em casos especiais, o azeite possuía um uso muito peculiar voltado à cura. Por outro lado, o azeite é muito apropriado para restituir as forças do corpo fatigado. Todos esses aspectos dão a entender os efeitos que se dão na alma do doente, por intermédio divino, quando ele recebe esse sacramento. Aliviando as dores do corpo, aliviam-se, também, as dores da alma. Aliás, quem não se lembra a tão conhecida passagem do Bom Samaritano que, ao encontrar um homem todo machucado na beira da estrada, passou em suas feridas azeite e vinho? (cf. Lc 10, 25-37).
Com relação à forma, é constituída pelas seguintes palavras prescritas pelo Ritual e pronunciada pelo sacerdote: “Por esta Santa Unção e pela Sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos”. Foi o próprio Jesus, no entanto, que incumbiu a Igreja desta tão importante missão: “curai os enfermos” (Mt 10, 8). Assim, a Igreja esforça-se por cumpri-la tanto pelos cuidados dos doentes como pela oração de intercessão com que os acompanha.
Para os pecados mortais existe o Sacramento da Penitência
Por meio da Unção dos enfermos, os pecados veniais e as penas temporais são apagadas. Porém, esse sacramento não possui a função de perdoar os pecados mortais, para os quais já existe o Sacramento da Penitência. No entanto, diante da impossibilidade do doente receber a Penitência, e mediante o arrependimento da pessoa, a Unção também perdoa os pecados mortais. Contudo, caso desapareça mais tarde a impossibilidade de recorrer à Penitência, o doente tem a obrigação de confessar integralmente os pecados.
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