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Todo cristão precisa fazer o Sacramento do Crisma?

Caro leitor, no artigo de hoje, teremos a oportunidade de darmos mais um passo no conhecimento dos sacramentos da nossa amada Igreja Católica. Já vimos o primeiro deles, aquele que abre as portas para todos os demais sacramentos, isto é, o Batismo. No texto de hoje, falaremos do Crisma ou Confirmação.

Para nós, cristãos católicos, o sacramento da Confirmação ou Crisma nos leva ao enraizamento mais profundo da nossa fé na filiação divina. Por meio dele, nos incorporamos mais solidamente em Cristo para darmos testemunho da fé cristã. A Igreja também situa esse sacramento no grupo dos sacramentos da iniciação cristã.

Confirmar significa firmar compromisso, sendo assim, aquilo que o sacramento do Batismo havia começado é levado à plenitude por meio desse sacramento. A unidade entre esses dois sacramentos, portanto, deve ser salvaguardada. Após a recepção da Confirmação, a missão do cristão torna-se mais ativa, mais viva.

Quando foi instituído o sacramento da crisma?

Esse sacramento, assim como todos os outros, foi instituído por Cristo. No entanto, não se tem nas Sagradas Escrituras o momento exato e preciso da sua instituição. Por não aparecer de modo explícito nos textos bíblicos, algumas comunidades eclesiais separadas da Igreja Católica não o consideram como sacramento, porém, o Concílio de Trento é muito claro a esse respeito: “se alguém disser que a confirmação dos batizados é cerimônia vã e não um verdadeiro e próprio Sacramento, seja anátema”.

Conquanto, os profetas do Antigo Testamento já faziam predições relativas a uma ampla difusão do Espírito Santo, a título de exemplo, cito uma: “Depois disso, derramarei o meu Espírito sobre toda carne. Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos anciãos terão sonhos, vossos jovens terão visões. Até sobre os escravos e sobre as escravas, naqueles dias, derramarei o meu espírito” (Joe 3, 1-2).

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A matéria e a forma do sacramento da Confirmação

Ao administrar a Confirmação, a Igreja utiliza a unção do crisma na fronte, que se faz por meio da imposição da mão. Por crisma, entende-se uma mistura de azeite e bálsamo consagrados pelo Bispo, na Santa Missa da Quinta-feira Santa, comumente chamada de “Missa do Crisma”. É durante essa celebração, a propósito, que o Bispo abençoa o óleo dos enfermos (usado na Unção dos Enfermos), o Santo Crisma (usado, além de outas situações, para ungir os crismandos) e o óleo dos Catecúmenos (usado no sacramento do Batismo).

Assim como a água significa a limpeza da alma, o banho purificador; o azeite é símbolo de força e plenitude. Por isso, desde a antiguidade, o azeite era usado pelos gladiadores para fortalecer os músculos. O Confirmado, portanto, poderá cumprir com valentia a sua missão apostólica a partir daquele momento.

Com relação à forma, consiste nas palavras que acompanham a imposição individual das mãos do Bispo. O “ordo confirmationis” indica as seguintes palavras: “Recebe o sinal do Dom do Espírito Santo”. Podemos até traçarmos uma analogia com o soldado que, antes de ir para a guerra prepara a sua arma de combate, o crismando é assinalado com a cruz de Cristo traçada em sua fronte, sinal do recebimento do Espírito Santo, que o dará força para defender e propagar a como verdadeiros soldados e testemunhas de Cristo, a fim de jamais se envergonharem da Cruz.

Efusão do Espírito Santo

Convém destacar que, o venerável ato realizado pelo Bispo, em que ele estende as mãos sobre os que receberão, e, em seguida, o óleo do crisma, remonta uma antiquíssima tradição do tempo dos Apóstolos. Nesse extraordinário momento do rito da confirmação, o Bispo invoca efusão do Espírito Santo com as primorosas palavras contidas no Pontifical Romano: “Deus todo-poderoso, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e pelo Espírito Santo fizestes renascer esses vossos servos, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o espírito de sabedoria e inteligência, o espírito de conselho e fortaleza, o espírito da ciência e piedade, e enchei-os do espírito do vosso temor”.

A confirmação, assim como o Batismo, imprime na alma uma marca indelével. É o selo do Espírito Santo que reveste o confirmado com a fortaleza do Alto. Nele, o Espírito de Deus age por meio de seus preciosos dons e das suas invocações na alma do confirmado.

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