No Sínodo dos Bispos sobre a família, em 1980, os prelados apontaram os pontos mais preocupantes com relação a elas: “A proliferação do divórcio e do recurso a uma nova união por parte dos mesmos fiéis; a aceitação do matrimônio meramente civil em contradição com a vocação dos batizados ‘a casarem-se no Senhor‘ (1 Cor7, 39), a celebração do matrimônio sem uma fé viva, mas por outros motivos; a recusa das normas morais que guiam e promovem o exercício humano e cristão da sexualidade no matrimônio” (FC,7).
Na “Carta às Famílias” (CF), escrita em 1994, no Ano da Família, o saudoso Papa João Paulo II afirma: “Nos nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem apostados na desagregação da família. Às vezes, até parece que se procure, de todas as formas possíveis, apresentar como “regulares” e atraentes, conferindo-lhes externas aparências de fascínio, situações que, de fato, são “irregulares”. Fica obscurecida a consciência moral, aparece deformado o que é verdadeiro, bom e belo, e a liberdade acaba suplantada por uma verdadeira e própria escravidão” (CF, 5).
Mostrando que a mentalidade consumista e antinatalista é uma ameaça à família, o Papa ressalta: “(…) uma civilização, inspirada numa mentalidade consumista e antinatalista, não é uma civilização do amor nem o poderá ser nunca. (CF 13).
Família é a base
Mostrando os riscos que o “amor livre” e o dito “sexo seguro” representam hoje para a família, o Papa adverte: “O chamado ‘sexo seguro’, propagandeado pela civilização técnica, na realidade é, sob o perfil das exigências globais da pessoa, ‘radicalmente não seguro’, e mais, gravemente perigoso”.
“Sem dúvida, contrário à civilização do amor é o chamado ‘amor livre’, tanto mais perigoso por ser habitualmente proposto como fruto de um sentimento ‘verdadeiro’, quando efetivamente destrói o amor. Quantas famílias foram levadas à ruína precisamente por causa do ‘amor livre’! Mas não se tomam em consideração todas as consequências que daí derivam, especialmente quando, além do cônjuge, devem pagá-los os filhos, privados do pai ou da mãe e condenados a serem, de fato, ‘órfãos de pais vivos'” (CF,14).
Família é fé
Quando, em 1994, justo no Ano da Família (pasmem!), o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, reagiu de maneira forte e imediata: “Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca e para com quem não é capaz de se libertar desta tendência não significa abdicar das exigências da norma moral. Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação” (20/02/94).
O pior problema, hoje, das famílias desestruturadas, não é de ordem financeira, mas moral. Quando os pais têm caráter, fé ou, como o povo diz, têm vergonha na cara, por mais pobres que sejam, serão capazes de impedir a destruição do seu lar. São inúmeros os casais humildes, mas que, com uma vida honesta, com muito trabalho e honradez, educaram muitos filhos e formaram bons cristãos e honestos cidadãos.
Não consigo aceitar a desculpa de um pai ao afirmar que a sua família se destruiu por causa da pobreza. Sempre haverá alguém com o coração aberto para ajudar um pai trabalhador, especialmente quando este tem filhos para criar.
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Exortação Apostólica Familiaris Consórtio
Na Exortação Apostólica Familiaris Consórtio (sobre a família), o Papa João Paulo II apontou os graves perigos que ameaçam a família hoje: “Não faltam sinais de degradação preocupante de alguns valores fundamentais: uma errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si; as graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos, o número crescente dos divórcios, a praga do aborto, o recurso cada vez mais frequente à esterilização; a instauração de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva (FC,6).
A ‘Declaração do Rio de Janeiro sobre a Família’, que traz as conclusões do Congresso Teológico-Pastoral, realizado de 1º a 3 de outubro de 1997, denunciou:
“A família está sob a mira de ataques em muitas nações. Uma ideologia antifamília tem sido promovida por organizações e indivíduos que, muitas vezes, não obedecem princípios democráticos” (1.1).
“Temos testemunhado uma guerra contra a família, em nível tanto nacional quanto internacional. Nesta década, em Conferências das Nações Unidas, têm sido vistas tentativas para ‘desconstruir’ a família, de forma que o sentido de ‘casamento’, ‘família’ e ‘maternidade’ é agora contestado. Tem sido estabelecida uma falsa posição entre os direitos da família e os de seus membros individuais. Sob o nome de liberdade, têm sido promovidos ‘direitos sexuais’ espúrios e ‘direitos de reprodução’. Entretanto, esses direitos estão, de fato, principalmente, a serviço do controle populacional. São inspiradas em teorias científicas em descrédito, num feminismo ultrapassado e numa mal direcionada preocupação com o meio ambiente”(1.2).
As famílias de hoje estão ameaçadas
“Uma linha social-materialista, ao lado do egoísmo e da responsabilidade, contribui para a dissolução da família, deixando uma multidão de vítimas indefesas. A família está sofrendo com a desvalorização do casamento através do divórcio, da deserção e da coabitação. Tanto a violência contra as mulheres aumenta, como a violência do aborto; o infanticídio e a eutanásia calam fundo no coração da família. Na verdade, as famílias de hoje estão ameaçadas por uma sub-reptícia cultura da morte” (1.4).
“A dissolução da família é uma das maiores causas da pobreza em muitas sociedades” (1.5).
“A família é o ‘santuário da vida’. Seu compromisso com a proteção e a nutrição da vida, desde o momento da concepção, é preenchido verdadeiramente através da paternidade responsável” (3.3).
Esses alertas do Papa e do Congresso Teológico são seriíssimos e devem colocar cada cristão em prontidão para uma verdadeira cruzada em defesa da família, ameaçada até pela ONU!