De que me serve viver bem, se não me é dado viver para sempre?
Neste programa ‘Luz da Fé’, quero refletir com você sobre o número 163 do Catecismo da Igreja Católica, que nos ensina o seguinte:
A fé – começo da vida eterna
163. A fé nos faz degustar, como que por antecipação, a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra. Veremos, então, a Deus “face a face” (1Cor 13,12), “tal como Ele é” (1Jo 3,2). A fé já é, portanto, o começo da vida eterna:
“Enquanto, desde já, contemplamos as bênçãos da fé, como um reflexo no espelho, é como se já possuíssemos as coisas maravilhosas que um dia desfrutaremos, conforme nos garante nossa fé” (São Basílio).
Quero contar para você um fato curioso da minha família: estando certa vez em convivência com meus parentes, no Mato Grosso do Sul, fui participar de um jantar no qual minha cunhada havia feito sushi (um prato da culinária japonesa). Nesse jantar, estava um primo nosso, que nunca havia comido sushi na vida dele. Pois bem: esse primo comeu tanto sushi, que, praticamente, acabou com a travessa! Ele gostou tanto desse prato, que toda vez que ele encontra minha cunhada, pergunta a ela quando fará sushi novamente.
Por que estou lhe contando isso? Porque esse meu primo ficou degustando aquele saboroso prato durante o jantar e, ao degustar, ele foi saciando o próprio apetite.
Algo parecido nos traz o Catecismo da Igreja ao ensinar que “a fé nos faz degustar como por antecipação a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra”, ou seja, pela fé nós vamos degustando a vida eterna, a vida em plenitude.
Santo Agostinho diz o seguinte: De que me serve viver bem se não me é dado viver para sempre? Com essa frase, descobrimos que existe, no coração de todo ser humano, um anseio, um desejo pela vida eterna.
Eu prefiro o Paraíso!
Não sei se você já teve a oportunidade de assistir ao filme sobre a vida de São Filipe Néri. Vale a pena assistir, pois é um filme maravilhoso! Nele, há uma belíssima cena na qual o santo está diante do Papa. Após ouvir as palavras de São Filipe, o Sumo Pontífice, visivelmente emocionado, chama o santo para torná-lo Cardeal da Igreja, dizendo: “Você merece isso mais do que todos nós”.
No momento em que o Papa segura o chapéu de Cardeal para colocá-lo sobre a cabeça de São Filipe Néri, o santo, percebendo o que estava para acontecer, segura as mãos do Santo Padre e diz: “Cardeal, eu? Eu prefiro o Paraíso!”. E toma aquele chapéu das mãos do Papa e o lança para o alto.
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Mais do que qualquer glória que eu possa ter aqui na terra, eu prefiro o Paraíso! Quando eu e você vivemos da fé, estamos dizendo ao Senhor que preferimos o Paraíso. Quando vivemos essa vida terrena pela fé, na verdade estamos degustando não um prato como sushi, churrasco ou mesmo uma feijoada, mas estamos degustando, experimentando a vida eterna.
Meu irmão, a vida não se resume a esse “vale de lágrimas” no qual nos encontramos. Existe um prêmio eterno reservado a nós! Como nos ensina o apóstolo Paulo, somos provocados a correr na direção desse prêmio celeste. Você está passando por alguma tribulação? Não pare! Não se detenha nessa dificuldade. Detenha seu pensamento nisso: vou viver minha vida com fé, degustando, a cada dia, essa vida eterna que me está reservada em Jesus Cristo.
Por que isso? Porque eu e você preferimos o Paraíso!
Um forte abraço!