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Pornografia feminina: quando o cônjuge se torna desinteressante

Advogados especialistas em divórcios revelam que muitas separações foram resultado do acesso excessivo, por uma das partes, à pornografia on-line. À medida que as pessoas acessam pornografia, alimentam um mercado bilionário. Ex-atrizes pornô revelam os bastidores da pornografia: agressões verbais e físicas fazem parte do enredo de vários filmes pornôs.

Algumas dizem ter se sentido estupradas nas gravações, e relatam as consequências psicológicas e físicas, dentre elas depressão, doenças sexualmente transmissíveis, abuso de drogas, homicídio e suicídio, que, na maioria das vezes, é por enforcamento. Talvez, isso faça você pensar duas vezes antes de clicar em um conteúdo pornográfico.

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Foto: Peopleimages

Na revista ‘Cidade Nova’ há um artigo a respeito da pornografia que se intitula: “Quando a pornografia se torna um risco”. Prado (nome fictício) criou o site ‘Vício em pornografia: como parar?’ e escreveu um livro a respeito. Depois de ter sofrido todas as consequências que esse vício causa, resolveu ajudar outras pessoas na mesma situação. Muitos estudiosos já comparam o vício em pornografia com toxicodependência.

Anorexia emocional

Neurocientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra (conduzido por Valéria Voon) e outro grupo de pesquisadores alemães, Simone Kuhn e Jurgen Gallinat, do Instituto Max Planck, publicaram dois artigos sobre os impactos que esse vício tem na plasticidade cerebral. Um desses impactos é a dessensibilização do circuito de recompensas: quanto mais se faz uso da pornografia, menos a pornografia é capaz de satisfazer, o que gera uma necessidade cada vez maior, seja em tempo ou em cenas cada vez mais picantes.

Algumas correntes dizem que a pornografia pode ajudar no relacionamento conjugal, mas não é isso que esses estudos mostram. Uma das consequências do vício em pornografia é a perda de interesse pelo cônjuge. Algumas pessoas chegam a desenvolver anorexia emocional, ou seja, a rejeição aos relacionamentos. Outras consequências como compulsão sexual, disfunção erétil, ansiedade social, confusão mental, procrastinação, vergonha, culpa, ejaculação retardada ou precoce, crises de abstinência, objetivação do sexo oposto também são observadas.

Ainda neste mesmo artigo, Dr. Marco Scanavino, coordenador do Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acrescenta que “pessoas com histórico familiar de vícios e com experiências de abuso sexual na infância tem uma pré-disposição maior à compulsão.”

Processo de cura

Muitas pessoas já estão buscando ajuda no DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos), e uma das formas propostas para ajudar a superar o vício em pornografia é seguir os 12 passos do AA (Alcoólicos Anônimos), um verdadeiro caminho de autoconhecimento, autocontrole e desenvolvimento. Busca quebrar o egocentrismo, a autopiedade e superar ressentimentos.

Admitir que se é impotente diante desse vício e admitir as falhas faz parte do processo. É belíssimo o inventário moral que se propõe, fazendo uma relação de todas as pessoas que prejudicamos, e, se possível, fazer uma reparação direta com essas pessoas. É um lindo processo de cura, que, inevitavelmente, leva ao sagrado.

Na Universidade da Virgínia, um estudo realizado por James Coan, diretor do Laboratório de Ciência Afetiva, observou, ao escanear o cérebro de mulheres casadas que, ao segurarem a mão dos maridos, há uma redução na ativação do hipotálamo (uma parte do cérebro que se ativa com o estresse). Quanto mais satisfatória é a relação do casal, maior é a redução da ativação. Outros estudos comprovam que o envolvimento emocional de um casal forma uma unidade fisiológica, regulando pressão arterial, frequência cardíaca, respiração e os níveis hormonais. Partindo dessa visão unitiva, “onde dois formam uma só carne”, o “monosexo” não tem sentido.

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Vazio interno

Se partirmos do ponto de vista de que todo vício preenche um vazio, a pornografia feminina pode estar querendo preencher um vazio interno. Alguns casais perdem o sentido do porquê se unem sexualmente. Se o sentido for apenas o encontro dos corpos, isso não preenche o vazio da alma, a necessidade de amar e se sentir amado. A esposa deveria fazer amor com seu marido, porque o ama, esse é o sentido. E amar é doação. Um dos presentes mais lindos que dei ao meu marido, no Dia dos Namorados, foi uma música que compus para ele. Partilho com vocês, agora, pois traduz o que penso sobre amor.

Polyana Demori lapidou a música junto com o Vocal Cantare, que fez parte da surpresa. Confira: