A Igreja é consequência direta do mistério da Encarnação, seu prolongamento. Muitos querem, hoje, dizer ‘sim’ a Jesus e ‘não’ à Igreja, mas isso afeta a própria identidade do Cristianismo. A Igreja, instituída por vontade de Cristo, com suas normas, como prolongamento da Encarnação do Verbo de Deus, tornou-se o lugar privilegiado do encontro dos homens com Cristo e com o Pai.
Quem pergunta “Por que a Igreja?”, cai no mesmo erro de quem pergunta: “Por que Cristo?”. Cristo veio do Pai e deixou a Igreja. O Pai enviou Jesus para a salvação do mundo, e Cristo enviou a Igreja. “Assim como o Pai me enviou, assim também eu os envio a vós”. (Jo 20,21)
Muitos, hoje, querem a Igreja na forma de uma “democracia moderna”, onde tudo se decida pela vontade da maioria. Ela seria, então, como um grande Clube religioso, de normas “flexíveis”, mais assimiláveis. A consequência disso – e o grande engano – é que, nesse caso, o homem seria guiado unicamente por si mesmo, e não por Deus. Não seria mais “a Igreja de Deus” (1Tm3,15).
Jesus conduz a Igreja
Pelo fato de a Igreja ter a sua vida guiada pela Sagrada Tradição, que vem de Cristo e dos apóstolos, dá-nos a garantia de que é o próprio Jesus, presente nela, que a conduz.
O primeiro sacramento, o fundamental, é a santíssima humanidade de Jesus, por meio da qual (gestos e palavras) passava a graça de Deus. A Igreja é a continuação desse “sacramento”, por isso São Paulo a chama simplesmente de “o Corpo de Cristo” (Cl 1,24).
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As expressões terminais desse sacramento “Cristo-Igreja” são os sete sacramentos, que levam a salvação ao homem, do nascer até o morrer. E sem a Igreja não há sacramentos; logo, não há salvação. Daí, podemos ver, claramente, o quanto ela é essencial ao Cristianismo quanto o mistério da Encarnação do Verbo. Num Cristianismo sem a Igreja instituída por Cristo (Mt 16,16s) sobre Pedro e os Apóstolos, o próprio Cristo ficaria mutilado, como que degolado. E essa Igreja é a única e una, católica (universal), apostólica e romana.