Começo dizendo que quem deseja dar a sua vida para Deus é porque simplesmente procurou, foi em todos os lugares que podia e imaginava, mas não encontrou algo que brilhasse mais ou tivesse mais valor. Ou que fosse capaz de calar a voz que chamava dentro do peito sem cessar e então se decidiu: Quero dar a minha vida, não achei nada que fosse mais precioso ou valesse mais a pena para eu entregar a minha vida senão por Deus.
Por que eu digo isso? Pois eu fui assim, eu me senti muitas vezes como se diz no Evangelho: “Como um negociante que procura pérolas preciosas.” (Mt 13,45). Eu quis mesmo encontrar a pérola preciosa que brilhasse mais do que tudo no mundo e fosse o motivo para eu investir a minha vida. Eu pensei que fosse o Futebol, na verdade até cheguei a ser atleta de alto rendimento de Futsal até meus 21 anos. Mas por mais que eu gostasse disso, que eu amasse, não saciavam meu coração os troféus, as medalhas etc. Eu sentia que ainda descobriria algo mais valioso.
Achei que fosse também uma vida acadêmica, faculdade, contribuindo para a Ciência e Educação, com pesquisas, lecionando em faculdades. Mas não… Nada parecia ter o brilho que fizesse ter “um valor”, que fizesse eu dar a minha vida inteira, investi-la por inteiro, sem reservas, que me fizesse acordar todas as manhãs e dizer: “Eu nasci pra isso”.
Tesouro Carisma Canção Nova
Até que, de tanto procurar “como um negociante”, em 2017, indo mais uma vez a Cachoeira Paulista, eu vi então Deus me chamar, de fato, como a sugestão de um bom amigo: “Vinícius, e a Canção Nova?”. Bom, eu andava procurando mesmo o que valesse a pena, mas não encontrava. Vi como mais uma sugestão, logo, não custava nada eu tentar, e assim “pagar pra ver”. Foi assim que eu comecei meu caminho vocacional.
Logo, um tesouro eu começava a descobrir; e fazendo a conta dos “meus bens” – família, amigos, futebol, trabalho, possibilidade de namoro, minha cidade e tudo o mais –, tudo tinha um grande valor, valia muito, mas aquilo que eu tinha acabado de descobrir, esse tesouro que se chamava Carisma Canção Nova, que buscava “formar homens novos para um mundo novo: levando as pessoas a terem um Encontro Pessoal com Jesus” (quem mudou a minha vida) na eficácia do Espírito Santo, teve um brilho que eu não havia visto ainda, nem algo que ressoasse no meu coração tanto quanto esse chamado de Deus para esse carisma.
Eu vi que não valia a pena, mas valia a vida
“O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela pérola.” (Mt 13,45-46). Eu encontrei! Cabia a mim agora escolher: ou eu “vendia”, deixava todos aqueles bens em vista daquele Bem sublime e inigualável que eu descobri, ou não.
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O Evangelho, no entanto, diz de algo de grande valor. Repito: grande valor. É, literalmente, fazer um investimento. O mundo, hoje, entende bem de mercado, de investimento, valor, views, likes e tudo o mais que diz de algum valor e mensura muito bem como ganhar mais. Por isso mesmo eu digo: Jesus não está brincando ao dizer que aquele que procura algo de grande valor e encontra essa pérola preciosa, esse tesouro, que é o Reino dos Céus, a sua vocação, pode sem medo (ou até mesmo com medo), investir toda a sua vida n’Ele, pois não se arrependerá.
Investir no Reino dos Céus
Monsenhor Jonas tem uma frase muito forte que diz: “É um privilégio investir a vida na missão de evangelizar”. Investir diz dessa vida entregue, ofertada, colocado, de fato, nas mãos de Deus; diz do seu custo também, mas sabendo que o tesouro no qual está adquirindo – O Reino dos Céus – vale muito a pena. Eu volto a dizer: ninguém investe tudo em algo que não vale a pena.
Na Canção Nova, eu descobri o verdadeiro sentido de doação por algo sublime, mais valioso do que todo o mundo e as suas riquezas, as quais, mais cedo ou mais tarde, irão acabar para poder levar as pessoas a terem a mesma experiência que, um dia, eu tive, em se encontrar pessoalmente com o Cristo e serem batizadas no Espírito Santo.
A vocação de evangelizar
Deus me deu uma vocação, Ele me escolheu para Ele, consagrou-me. Coube a mim, um dia, descobrir e escolher por Ele, por este Carisma que existe para salvar almas, evangelizar desde as situações mais simples da vida cotidiana. Uma verdadeira companhia de pesca, onde Deus quis contar conosco para continuar o seu projeto de Salvação dos seus filhos. Que privilégio: Deus me promete o seu Reino, me dá uma vocação e ainda me convida para realizar, junto com Ele, seu projeto de anúncio do seu Amor, onde quer que eu esteja.
Na Canção Nova, eu descobri que Deus não vale a pena, vale a vida! Pois foi essa resposta que Ele deu por mim na Cruz: que não somente valia a pena eu ser amado por Ele, mas valia a vida d’Ele. Busco, hoje, corresponder a este chamado de amá-Lo mais, vivendo da melhor forma possível a minha vocação. Ao ouvir a voz d’Ele me chamar e ressoar no meu interior, eu ouvi: “Não vale a pena. Vale a vida!”
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Vinícius Fonseca – missionário da Comunidade Canção Nova