Sexualidade

O que o Catecismo da Igreja Católica diz sobre o matrimônio?

O Catecismo da Igreja Católica partirá de uma grande certeza para afirmar o caráter sacramental do matrimônio: “A vocação para o matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram das mãos do Criador. Deus, que criou o ser humano por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano, pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é amor. Tendo-os criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom aos olhos do Criador. Este amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: Deus o abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (CIC 1603-1604).

A sexualidade humana é obra divina, por isso é um sublime mistério. A sexualidade humana está ordenada à totalidade da pessoa, sendo de importância decisiva para o desenvolvimento equilibrado da personalidade. Desse modo, a sexualidade é muito mais abrangente, pois engloba o físico, o psíquico e o espiritual.

O que o Catecismo da Igreja Católica diz sobre o matrimônio?

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

A sexualidade vivida entre o casal no matrimônio

Somente no amor verdadeiro a sexualidade humana é modelada segundo Deus. Nessa perspectiva, compreendemos a riqueza da doação e do acolhimento entre homem e mulher, mas descobrimos também a dependência e a fraqueza de ambos. A dimensão sexual só pode ser compreendida quando relacionada em Deus.

Quando vivemos nossa sexualidade reduzindo-a à genitalidade, pouco a pouco vamos nos despersonalizando. A genitalidade desumaniza o ser humano, uma vez que acaba gerando o desrespeito e o desprezo pelo outro, ao transformá-lo num objeto de prazer, portanto, em uma coisa. A sexualidade é humanizadora. A genitalidade, sem a dimensão espiritual, é opressora e acaba virando um vício, pois coisifica e desfigura o ser humano.

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A vivência da sexualidade, no sacramento do matrimônio, manifesta-se e realiza-se na genitalidade. Ou seja, o corpo humano é instrumento de amor e doação. É preciso compreender a sexualidade como realidade abençoada e querida por Deus, por isso mesmo, essencialmente boa. No entanto, sem uma correta teologia da sexualidade é impossível percebê-la como instrumento e canal da graça de Deus.

Trecho do livro “Sede fecundos” de Padre Léo, sjc