Iluminar sempre

Iluminar sempre, – esteja onde estiver, fazendo seja o que for –, acredito que esta seja a vocação de todo ser humano!

Não podemos ser indiferentes à harmonia das cores que a natureza reflete, nem ao canto dos pássaros que se renova ao amanhecer, e muito menos ao mistério que se esconde em cada coração humano. Tudo fala do amor infinito de Deus que fez todas as coisas e aperfeiçoou a obra criando o homem à Sua imagem e semelhança, desta forma compartilhando conosco a missão de “iluminar o mundo”.

São tantas histórias marcadas pela dor, bem sei que o sofrimento é real e não sou imune a ele, mas este não tem direito de nos paralisar, a não ser que lhe demos esta liberdade.

Concordo com quem diz que o ser humano precisa ser maior que os problemas dele; caso contrário, ele deixa de viver. Ter medo, saudade e outros sentimentos que nos fazem sofrer, sim; ser escravo deles, não. Talvez o segredo esteja em saber lidar com as nossas emoções, que, quase sempre, são novas e esse é um desafio constante, o que aliás, dá sentido à existência humana. O ato de precisar fazer a escolha certa a cada momento, põe-nos diante da oportunidade de optar pelo que é nobre belo e essencial. Não nos deixa parar nas “planícies” de nossos limites. Assim sendo, é preciso prosseguir com a missão destinada a cada ser humano: Iluminar!

“Ainda que nossos pés sangrem, caminhar é preciso…” A própria jornada da vida traz em si o “bálsamo cicatrizante” e o alívio necessário ao final de mais um dia. Certamente, as novidades, que vão surgindo a caminho, servirão para valorizar os passos dados, mesmo que a muito custo. Se para nos tornar mais leves na caminhada for preciso abrir mão daquilo que nos deixa pesados e lentos, é preciso que tenhamos a coragem de fazer isso, renunciando a tudo o que for necessário. Não se pode abraçar o “novo”, quando ainda não se abriu mão do passado. O apego a pessoas, coisas, sentimentos e conceitos nos impedem de alçar vôos, tornando-nos “rasteiros” e mesquinhos. E Deus não nos criou para vivermos assim. Somos feitos para as alturas, temos vocação de águias. Somos cidadãos do Céu, portanto, “estrangeiros aqui.”

Lembro-me, agora, de um padre idoso, que conheci certo dia quando morava na Missão Canção Nova em Natal (RN). Ao observar o meu trabalho durante a cobertura de um evento pela Rádio, ele quis me conhecer e pediu que falasse sobre minha família, minhas origens e meus sonhos. Lembro-me de que fui logo lhe contando tudo, com empolgação, pois gosto de testemunhar as maravilhas de Deus em minha vida. Quando terminei, ele me disse: “Menina, você tem vocação de águia, foi feita para voar alto”. E concluiu com um conselho que tento seguir até hoje: “Nunca se contente com as coisas terrenas, mesquinhas e passageiras, olhe sempre para o alto como fazem as águias… Lá dever ser sempre a sua meta”.

Creio que ao escrever estes artigos, estou atualizando aquele recado que recebi de Deus, na pessoa daquele sacerdote, do qual não me recordo o nome. Talvez, hoje, Deus esteja utilizando-se de minha partilha para lembrar que sua vocação como ser humano é a de iluminar. Iluminar sempre! Porque a luz divina escolheu habitar no coração humano.

Faça, hoje, a melhor escolha, viva intensamente e ilumine com seus gestos! Não fomos feitos para o sofrimento, mas para a felicidade, e uma vida feliz passa por nossas escolhas ordinárias. Um sorriso nos lábios, uma palavra amiga, um aperto de mão e até um abraço custa pouco e torna a vida mais leve, mais iluminada e feliz.

Estamos juntos na missão de iluminar, acredito que Deus nos criou pensando nisso.

Dijanira Silva
Comunidade Canção Nova – Fátima/Portugal